Assistente Social, Gilza Kaingang, comenta Dia Internacional de Luta dos Povos Indígenas

A data é celebrada mundialmente no dia 9; Assistente Social afirma que é necessário ratificar pautas de lutas, como o direito à terra e à saúde por exemplo.

Gilza é Assistente Social, mestra e Doutoranda em Serviço Social e Política Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), e adotou Kaingang até no sobrenome. Para ela, o Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado mundialmente no próximo dia 9 de agosto, simboliza o momento de luta na busca dos direitos da população indígena.

Gilza Kaingang é pesquisadora desde 2014 na temática indígena. Atua há dois anos como Assistente Social na Prefeitura municipal de Londrina.

“É importante falar sobre o Dia Internacional de Luta dos Povos Indígenas. Cada vez mais estamos tentando trazer a questão indígena para o debate nacional em todos os aspectos. Mas também é importante falarmos da questão indígena no aspecto social, cultural, político, econômico, e em todos os âmbitos. E não apenas neste dia em específico. Mas ressaltar todos os dias, desmistificar muitos estereótipos que foram criados ao longo da contação da história da construção do Brasil para a sociedade como um todo”, afirmou.

Ela lembra que a Constituição Federal Brasileira de 1988 foi um marco para o reconhecimento dos povos indígenas. E preconiza, nos artigos 231 e 232, o direito às especificidades culturais indígenas, decorrentes das suas formas de organização social, costumes, línguas, crenças, tradições, e o direito originário sobre as terras que tradicionalmente ocupam. “A Constituição também reconhece os indígenas como cidadãos de direitos, considerados em suas realidades culturais diferenciadas”, acrescenta.

Para o dia 09 de agosto, a Assistente Social afirma que é necessário ratificar as pautas de lutas dos povos indígenas no Brasil, como o direito à terra e processos de retomada, direito à saúde, educação e segurança, direito à tradição, cultura e diálogos intergeracionais, sustentabilidade e financiamento por exemplo.

“Atualmente, a presença de preconceitos vivenciados pelos povos indígenas, devendo estes serem entendidos em sua gênese histórica, imbricada à relação colonizadora e genocida estabelecida entre Estado, povos indígenas e a sociedade envolvente em contexto nacional e internacional”, observa.

Neste sentido, segundo ela, é fundamental a produção e socialização de conhecimentos e iniciativas voltados para a desmitificação e “des-romantização” (nas palavras dela) das realidades sociais, econômicas, políticas, territoriais e culturais dos povos indígenas, com vistas a contribuir no processo de desconstrução de estigmas e preconceitos sobre quem são os povos indígenas.

“Entendemos que os povos indígenas seguem avançando e inovando em diferentes estratégias de lutas, no processo contínuo de construção e de reconstruções históricas de suas trajetórias de visibilidade e de resistência”, conclui.

Posicionamento do CRESS-PR

O CRESS-PR, através da gestão “Unidade na Resistência, Ousadia na Luta”, tem atuado de forma incansável para o fortalecimento da luta dos povos originários, expressando a defesa pelo direito à terra e às políticas públicas.