As fake news, ou notícias falsas, têm sido um grave problema para a sociedade há tempos e, em especial, para o combate ao coronavírus. A desinformação, propagada de maneira intencional ou não, traz comportamentos que são realizados em manada e são muito prejudiciais como o não uso de máscaras, a realização de aglomerações, a utilização do “kit covid” para o tratamente precoce e a não aplicação das vacinas, colaborando para a propagação do vírus e para a criação de situações de risco para a população. As fake News são propagadas inclusive por agentes públicos que colocam seus próprios interesses políticos à frente dos cuidados com a população brasileira.
As notícias falsas podem ser ainda utilizadas como forma de golpe, como foi o caso no início dos pagamentos do Auxílio Emergencial. Na ocasião, golpistas agiram rápido para criar falsos aplicativos para colher informações pessoais e exibir publicidades e conteúdos de forma abusiva. Alguns dos aplicativos não oficiais do Auxílio Emergencial chegaram a receber mais de 500 mil downloads, o que representa um grande perigo a populações em situação de vulnerabilidade social. Todo esse contexto se agravou durante a pandemia.
“Situações como essa vêm se repetindo de forma constante devido ao avanço tecnológico, distorcendo o debate público no Brasil, intensificando discussões superficiais sobre a realidade e as mudanças em curso no país no que se refere aos direitos. Confere-se que a desinformação também representa disputa de projetos em cena, onde a polarização da sociedade se acirra, se mostrando estratégia valiosa para disputa de poder de manipulação”, afirma a Assistente Social e conselheira do CRESS-PR, Claudiana Tavares.
Os exemplos de informações falsas são muitos e isso prejudica também o trabalho da (do) Assistente Social que precisa pautar o seu trabalho com uma postura firme e ética e embasada no conhecimento científico. “A desinformação é mais um elemento de dificuldade do trabalho da (do) Assistente Social, uma vez que exige da (do) profissional estar o tempo todo esclarecendo para o público atendido que se trata de informação falsa, que pode ser prejudicial a vida deles e de outras pessoas”, relata.
Exemplos não faltam de desinformação em contexto de pandemia, exigindo do/a Assistente Social postura firme e ética, baseada em conhecimento cientifico. Contata-se ainda que a desinformação é mais um elemento dificultador do trabalho do/a assistente social, uma vez que exige do/a profissional estar o tempo todo esclarecendo para o público atendido que se trata de informação falsa, que pode ser prejudicial a vida deles e de outras pessoas.
No livro “Serviço social e a organização da cultura: perfis pedagógicos”, Mariana Maciel Abreu afirma que o Serviço Social possui uma ação pedagógica que se concretiza, sobretudo, “por meio dos efeitos da ação profissional na maneira de pensar e agir dos sujeitos envolvidos nos processos da prática”. As estratégias condizem com o fortalecimento de processos de luta e resistência das classes subalternas, com organização da cultura de classes e colaborando para a condução de políticas públicas e para que elas sejam compreendidas por parte da população. “Cabe às (aos) assistentes sociais priorizar finalidades educativas e informativas acessíveis junto à população usuária, de forma a apresentar informações verdadeiras e de fontes confiáveis, a alertar sobre os riscos de se acreditar nas notícias falsas e disseminá-las, uma vez que em situações como essa que estamos vivendo, notícia falsa, pode até matar”, explica.
Claudiana reforça ainda que as (os) profissionais devem ter cautela com as informações que disseminam, averiguando a veracidade das notícias a partir de fontes seguras e do conhecimento científico com embasamento, uma vez que são elas (eles) que estarão na linha de frente do atendimento à população.