Com a palavra, Assistentes Sociais na Pandemia! “Apesar de todas as dificuldades, estamos buscando suprir as necessidades dos usuários, ainda mais vulneráveis com a pandemia”

A assistente social Marindia do Amaral da Silva Correa atua na Política de Assistência Social, no CRAS, em Bom Sucesso. Ela é uma das integrantes do novo colegiado do NUCRESS de Francisco Beltrão. Marindia conta que as dificuldades são muitas, e vão desde a falta de capacitação para atuar em contexto de pandemia, excesso de demandas, medo de contaminar familiares, fala de adicional de insalubridade. Mas que o esforço tem sido muito grande para garantir os direitos das famílias que estão ainda mais vulneráveis.

Como tem sido sua rotina com a Pandemia?

Eu assumi o concurso no mês de fevereiro de 2020 e logo veio a pandemia. Permaneci em trabalho presencial, em uma rotina bem intensa, com muitas demandas de proteção social básica e especial, de acesso ao Auxilio Emergencial, Cartão Comida Boa. Com as agências do INSS fechadas, temos atendido também os usuários que precisam acessar os direitos previdenciários, também.  Outra nova demanda é a elaboração de planos de contingências da pandemia, que exigem tempo para sua elaboração.

Quais as principais dificuldades que tem enfrentado?

Distanciamento social, o uso de EPI’s, o aumento multiplicado de atendimentos e a defasagem dos recursos humanos da política de assistência social.  Outra dificuldade é a realização do atendimento remoto ao usuário, devido à falta de equipamentos, tanto do serviço, quanto dos usuários. Portanto sempre foi garantido o atendimento presencial ao usuário, sempre buscando suprir as demandas apresentadas por ele visto que, com a pandemia, as famílias estão ainda mais expostas às vulnerabilidades e riscos sociais.

Outra dificuldade enfrentada pela maioria das/os trabalhadoras/es do SUAS, é atuar em um contexto de pandemia, de uma doença altamente contagiosa, sem receber capacitações e adicional insalubridade.

Nessa nova realidade, tem alguma estratégia de atuação que você reinventou?

Na verdade, basicamente iniciei minha atuação profissional com a pandemia, e tem sido realizada em defesa e garantia dos direitos dos usuários, em consonância com o Projeto Ético-Político do Serviço Social.

Diante desse cenário, quais suas esperanças?

A principal esperança é de que todos nós resistamos à pandemia. E que após esse contexto a Política de Assistência Social e todas/os as/os trabalhadoras/es do SUAS sejam reconhecidas/os, respeitadas/os e valorizadas/os. Pois a Política de Assistência Social sempre foi e sempre será essencial para toda população e principalmente para aquelas/es em vulnerabilidade e risco social.

No entanto a pandemia evidenciou ainda mais que as/os profissionais do SUAS, por vezes, caem no esquecimento da gestão e são desvalorizadas/os. Porém, a pandemia também comprovou que somos essenciais, assim como a Política de Assistência Social.

Como isso tudo tem te afetado emocionalmente?

A pandemia tem me trazido sentimentos de medo e incerteza, principalmente o medo de contaminar meus familiares e amigos. Mas ao mesmo tempo tenho esperança e otimismo de colher bons frutos dessa experiência, que afetou o mundo todo.