CRESS-PR toma posse no Conselho de Direitos da Mulher de Curitiba (CDMC)

Resultado de um processo de ampla discussão em Conferencia realizada no dia 19 de outubro desse ano, o CRESS/PR, por meio da articulação da Câmara Temática de Ética e Direitos Humanos, tomou posse no último dia 10 de dezembro de 2019, Dia Internacional de Direitos Humanos, no Conselho de Direitos da Mulher de Curitiba. “Dessa forma, mais uma vez o CRESS/PR reafirma seu compromisso com as políticas públicas e com a defesa de direitos, consubstanciada em seu projeto ético político profissional”, diz a vice-presidenta do CRESS-PR, Elza Maria Campos.

As Assistentes Sociais Patrícia da Silva Cardoso e Deby Aidam da Câmara representaram o Conselho por meio da Câmara Temática de Ética e Direitos Humanos. No período de 2019 a 2022, vão acompanhar as atividades do Conselho e exercer o controle social, para fiscalizar a atuação do Poder Público no combate à violência de gênero e demais políticas públicas. “É uma forma de contribuir com o debate sobre a importância de ações conjuntas e concretas de promoção da igualdade entre homens e mulheres. Trata-se de um trabalho importante e urgente, já que os números relacionados à violência contra as mulheres no Brasil são assustadores”, comenta a vice-presidenta.

Números da violência contra as mulheres

Dados de uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) ao Datafolha apontam que, em 2018, cerca de 22 milhões das brasileiras passaram por algum tipo de assédio e 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no país.

Entre as fisicamente violentadas, outro índice chocante: 42% dos casos ocorreram dentro de casa. Ainda que a Lei Maria da Penha tenha sido uma grande conquista para as mulheres brasileiras, promulgada em 2006, as mulheres negras continuam sendo assassinadas sem uma proteção adequada por parte do estado.

Segundo os dados do Ministério da Saúde compilados pelo Atlas da Violência, dos dados analisados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foram registrados 4.936 assassinatos de mulheres em 2017. É uma média de 13 homicídios femininos por dia, o maior número em uma década. A maior parte das mulheres vítimas dessa violência são mulheres negras e periféricas, o que exige do poder público e dos movimentos sociais ações contundentes.

Compromisso

A assistente social Patrícia destaca que se sente honrada em representar o CRESS/PR no CMDM, e afirma o compromisso da atual gestão do CRESS/PR com a luta das mulheres, “Considero inclusive, que somos uma categoria constituída majoritariamente por mulheres e ainda nosso exercício profissional emergem, de forma significativa, demandas que se correlacionam à questão de gênero: abuso sexual, violência contra mulheres, gravidez na adolescência, dificuldades em relação ao planejamento familiar, direitos reprodutivos, mulheres chefes de família, mulheres idosas vivendo sozinhas e/ou sustentando suas famílias, precarização e desemprego no âmbito do trabalho, a questão do poder, sendo nosso público para atendimento maioria, de mulheres”, destaca.

A vice-presidenta Elza Maria Campos também tomou posse no conselho, contudo representando a União Brasileira de Mulheres. Também foi empossada a Assistente Social Daraci Rosa dos Santos pela Marcha Mundial de Mulheres, que também compõe a CT de Ética e Direitos Humanos do CRESS/PR. O CMDM é composto por 60% de representação da sociedade civil e 40% do poder público.