Nota em solidariedade às famílias atingidas pelo desabamento do prédio em São Paulo

Quem ocupa não tem culpa!
nota desabamentoImagem: Corpo de Bombeiros de São Paulo

O Conselho Regional de Serviço Social (CRESS/PR) manifesta publicamente solidariedade às famílias vítimas do incêndio e desabamento do prédio no Largo Paissandu, em São Paulo. O CRESS/PR faz coro e comoção com diversas organizações coletivas e movimentos sociais em defesa do Direito à Moradia e expressa que é inadmissível que este momento de tristeza e dor seja manipulado pelas/os verdadeira/os responsáveis por tais situações para criminalizar os movimentos sociais e as/os trabalhadoras/es de populações empobrecidas, que não têm alternativa senão viver nas ocupações.

O dia 1 de maio de 2018, data que representa a luta de trabalhadoras e trabalhadores para acesso a direitos coletivos, foi marcado pela tragédia de moradoras/es que são vítimas do descaso do Estado, criminalizadas/os pelos meios midiáticos na tentativa abominável de responsabilizar as famílias e os movimentos sérios, que trabalham e lutam pelo direito à moradia. Essas famílias e movimentos buscam garantir os preceitos previstos na Constituição Federal de 1988, ratificados na Lei 10.257/2001, Estatuto da Cidade, com a previsão da legitimidade da ocupação para cumprimento da função social da cidade e do acesso à terra, a ser respeitado e perseguido por todas e todos.

A luta por moradia das/os habitantes do Prédio no Largo Paissandu materializa em sua dimensão espacial e simbólica a necessidade de enfrentamento dos efeitos do modelo de desenvolvimento urbano de caráter neoliberal, perverso e desigual, caracterizando-se por profundas desigualdades econômicas, sociais, políticas, culturais e ambientais, marcado pelo efeito predatório do capital imobiliário, do despejo de diferentes populações de suas terras e moradias de origem, na intensificação de desemprego e baixos salários, trabalho informal, pobreza nas áreas urbanas e criminalização dos movimentos sociais.

A categoria das/dos Assistentes Sociais luta na defesa do direito à moradia como um direito humano universal, na distribuição democrática dos bens produzidos nas cidades, no incentivo ao diálogo intercultural e na valorização das pautas reivindicativas dos movimentos sociais. O direito à moradia e o direito à cidade é eminentemente, a luta pela defesa da construção de um modo de viver com ética, pautado na igualdade, na liberdade substantiva e na busca pela equidade social.

 

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