10 de dezembro é o Dia Internacional dos Direitos Humanos e em homenagem a esta data o CRESS/PR, por meio da Câmara Temática de Ética e Direitos Humanos, parabeniza a toda a categoria que luta por esta causa. Neste ano em especial o CRESS/PR presta homenagens neste dia ressaltando uma a história de Fernando Gois, que apresentaremos a seguir.
São muitos os motivos que levaram o CRESS/PR, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, decidir pelo nome do Fernando para homenagear todos e todas que acreditam e se dedicam a militância dos direitos humanos. Para quem ainda não conhece a história do bravo e combativo Fernando Gois, segue uma breve parte da sua sempre coerente e solidária história:
Fernando Gois, que já foi monge carmelita e pela sua trajetória de dedicação e entrega a causa de defesa dos direitos de crianças e adolescentes, jovens e adultos em situação de rua, acabou sendo carinhosamente conhecido como o “Monge pé de chinelo”. Já que por convicções, fez a escolha de calçar apenas chinelos.
Mas o que mais nos honra em ter o Fernando entre nós, é a sua insistente e resistente luta em defesa de grupos oprimidos, esquecidos e excluídos. Fernando não lutou por um período por estas pessoas, ele dedica a sua vida em defesa das populações empobrecidas e que vivem a margem da exclusão e invisibilidade.
Para além das fronteiras do Paraná, Fernando é um dos articuladores e defensores do Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua. Atualmente, já que muitos destes meninos e meninas jamais conseguiram ser reconhecidos como sujeitos de direitos, estão amadurecendo e envelhecendo nas ruas das cidades do Brasil, Fernando tem se dedicado a lutar ao lado do Movimento Nacional da População de Rua – MNPR.
O “Monge pé de chinelo”, ao falar da Chácara dos Meninos de Quatro Pinheiros – localizada em Mandirituba/PR, serviço que tem entre os seus idealizadores o próprio, local onde crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social são abrigadas e cuidadas, o mesmo sempre cita a “Pedagogia do Sonho e da Esperança”. Nada mais é que uma metodologia por ele criada para o desenvolvimento de cada menino acolhido na Chácara.
E por mais que a gente tente falar sobre Fernando, jamais conseguiremos expressar o tamanho da sua bondade, solidariedade e a da sua capacidade em ser justo e coerente.
No dia 11 de dezembro de 2014 Fernando foi homenageado na na Assembleia Legislativa do Paraná – ALEP com o título de Cidadão Honorário do Paraná, por iniciativa do Dep. Tadeu Veneri. Durante a cerimônia, aconteceu um Ato Político em memória aos adolescente assassinados Vila Torres – “Se nascemos para viver, por que morrer tão cedo?”. O ato foi organizado pelo Fórum em Defesa dos Direitos Humanos das Crianças e Adolescentes da Vila Torres, o qual o CRESS/PR integra. A assistente social Adriana Matias, que já foi da direção do CRESS e atualmente está na CT Ética e Direitos Humanos, é uma das articuladoras do Fórum ajudou na organização do Ato. O CRESS foi representado na Cerimônia por muitas assistentes sociais da base e também pela conselheira e membro da CT Ética e Direitos Humanos, a Assistente Social Renária Moura.
Durante a cerimônia que contou com a presença de autoridades do Ministério Público, da Fundação de Ação Social – FAS, professores da UFPR, representantes de entidades e movimento sociais e os próprios meninos e funcionários da Chácara dos Meninos de Quatro Pinheiro, emocionou a todos e todas presentes, ao fazer apelo as autoridades. Fernando pediu que casos como a morte de um dos meninos da Vila Torres, assassinado brutalmente, seja enfrentado com políticas públicas e não como um caso de polícia. Pediu ainda, que todos/as possam se comprometer para que o povo pobre seja tratado como sujeitos de direitos.
Em 2015, Fernando volta a fazer aquilo que muitos poderiam chamar de vocação ou radicalismo, ele vai voltar à “peregrinação nas ruas”, para proteger e cuidar do “povo da rua”. Prestes a partir, o mesmo se comprometeu de sempre lutar ao lado de todos/as que acreditam na possibilidade de vivermos em um mundo livre e justo.
Por fim, manifestamos nossa profunda admiração e respeito ao companheiro Fernando Gois – o “Monge pé de chinelo”, pela sua bravura e ousadia em combater e se indignar com este modelo de sociabilidade injusta e desigual.
Querido Fernando, nosso muito obrigado e conte sempre conosco.