Apoio aos profissionais INSS

O Cress PR divulga e apoia manifesto dos assistentes sociais do INSS presentes no Seminário Nacional dos 30 anos do Congresso da Virada. Tal documento reafirma a importância do Serviço Social no ambito da Previdência Social, sendo uma forma de articulação profissional para defender os direitos dos usuários do Instituto Nacional do Seguro Social.

Vale lembrar que o Cress Pr está acompanhando os desafios dos assistentes sociais no INSS no nosso Estado, estando previstas ações de fiscalização das condições éticas e técnicas de trabalho dos profissionais.  Destaca-se também as discussões propostas pela Comissão Temática da Previdência Social que reune-se mensalmente e tem ação propositiva para este regional sobre a temática.  A próxima reunião da comissão será na segunda feira, dia 14/12, as 18:00 horas na sede do conselho. Venha participar!

Segue manifestação na integra….

Comissão de Comunicação
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Caros colegas Assistentes Sociais do INSS

No Seminário Nacional dos 30 anos do Congresso da Virada, realizado no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo, no período de 16 e 17 de Novembro do corrente ano, organizado pelo CRESS/SP, CFESS, ABEPSS e ENESSO, realizamos reunião com os assistentes sociais do INSS presentes, no intuito de reforçar a importância de conjugarmos forças, esforços e energia em defesa do Serviço Social do INSS e do desenvolvimento de ações, projetos e atividades nesta perspectiva.

Foram aprovadas duas moções: uma de repúdio a tentativa de descaracterização das ações profissionais e das condições técnicas e éticas de trabalho e outra moção de apoio à nomeação dos novos profissionais. Estavam presentes no Seminário mais de 1600 profissionais e estudantes e foi um rico momento de reafirmação dos nossos princípios éticos e de defesa do projeto ético político, que precisa ser cotidianamente reafirmado, principalmente em momentos complexos e importantes como este.

O Serviço Social, na esfera da política previdenciária – campo da Seguridade Social constitui-se uma importante referência para a população usuária, contribuindo para o melhor alcance da missão institucional do INSS no que tange o reconhecimento de direitos previdenciários e assistenciais do trabalhador brasileiro. Portanto, é certo dizer que estamos fazendo parte de um momento histórico: após trinta anos, o INSS – importante órgão federal responsável pela execução do plano de custeio e benefícios previdenciários e do benefício assistencial (BPC) previsto pela Lei Orgânica de Assistência Social recompõe seu quadro técnico com a realização de concurso público para o cargo de Analista do Seguro Social com formação específica em Serviço Social, dando concretude a um direito legal da população usuária: o de usufruir e acessar com excelência o Serviço Social como um dos serviços previdenciários, existente desde 1944, no INSS, com respaldo no artigo 88 da Lei 8213/91.

Dessa forma, por reconhecermos a importância dos serviços prestados aos trabalhadores, por esse órgão, (re) afirmamos nosso compromisso em somar esforços com a missão da Previdência Social no que tange a “garantir proteção ao trabalhador e sua família, por meio de sistema público de política previdenciária solidária, inclusiva e sustentável, com objetivo de promover o bem-estar social” Com esse espírito de “bom combate”, formulamos algumas estratégias e recomendações, com a intencionalidade de criarmos uma articulação orgânica entre os colegas da Instituição que compartilham do nosso projeto profissional e ético-político, quais sejam:

1. Resistir a demandas e requisições institucionais que firam os princípios e diretrizes do Código de Ética do Assistente Social e demais legislação aplicável à matéria, nomeadamente propostas de implementação de atividades de habilitação de benefícios e outras demandas voltadas para o processo administrativo;

2. Nos locais onde estão sendo postas essas demandas solicitar que a chefia encaminhe por escrito;

3. Registrar em diário próprio e individual todas as ações que possam configurar exposição do profissional a situações tipificadas como assédio moral;

4. Afirmar o espaço sócio-ocupacional e a identidade de assistentes sociais, utilizando o número do CRESS e não reafirmar identidade de Analistas do Seguro Social com formação em Serviço Social, em seus carimbos e assinaturas digitais;

5. Intensificar reuniões nos estados com o CRESS e sindicatos por ramo (SINDSPREV) visando ações que permitam o fortalecimento dos profissionais e a possibilidade dos CRESS atuarem na fiscalização de forma mais intensa;

6. Propor ao CFESS a elaboração de documentos de orientação a todos os CRESS visando a intensificar as ações de fiscalização e a construção de levantamento nacional sobre a situação do Serviço Social do INSS, incentivando os profissionais a participarem deste processo, através de estabelecimentos de estratégias, pois há receios em função do estágio probatório. É importante ressaltar que já estão acontecendo reuniões em vários estados neste sentido. A proposta é que se consolide e intensifique estas articulações em defesa do Serviço Social enquanto direito previdenciário, já que não defendemos somente um espaço sócio-ocupacional;

7. Buscar a interação e articulação entre as/os assistentes sociais, nas equipes, nas gerências e em todos os espaços evitando posicionamentos individuais ou isolados e respeitando a centralidade;

8. Intensificar a comunicação através de canais remotos para além dos meios de comunicação institucionais, fortalecendo fóruns;

9. Utilizar os espaços de capacitação profissional possíveis para o fortalecimento da perspectiva profissional que vem sendo assumida pela categoria na instituição, baseada em princípios e diretrizes ético-políticas que sustentam o projeto ético político da categoria;

10. Ocupar os espaços e reforçar as Representações Técnicas nas gerências e superintendências regionais como forma de assegurar uma articulação institucional nacional;

11. Acompanhar na página do CFESS as matérias veiculadas acerca do Serviço Social do INSS, a exemplo do que concerne a luta pela nomeação dos assistentes sociais do banco de reservas do concurso e documentos que se referem a informes em torno de pré-agendamento de reunião solicitada pelo CFESS ao Ministro da Previdência para o dia 08/

12. O Ministro delegou ao presidente do INSS a realização da audiência. A proposta é discutir atribuições, condições técnicas e éticas de trabalho, autonomia profissional, entre outros assuntos;

12. Fazer gestão em relação ao cumprimento da Resolução CFESS n. 273, de 13 de março de 1993, no que concerne a assistentes sociais que: assumam responsabilidade por atividade para as quais não estejam capacitados pessoal e tecnicamente; Prestem serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções; Substituam profissional que tenha sido exonerado por defender os princípios da ética profissional, enquanto perdurar o motivo da exoneração, demissão ou transferência;

13. Redimensionar os projetos nacionais do SS (elegendo a elaboração e implementação de um projeto estratégico, vinculado aos benefícios por incapacidade) e estímulo aos projetos regionais que – contemplem estratégias de divulgação que potencializem seu desenvolvimento, propiciem visibilidade e demonstrem os resultados esperados para os usuários e para a Instituição;

14. Colocar na ordem do dia o debate sobre o Serviço Social da Previdência no seio da categoria, com o propósito de fortalecermos o apoio da mesma a essa resistência. Algumas oportunidades para se construir isso: a- preparação do encontro nacional sobre o Serviço Social na Previdência, que será realizado pelo CFESS;  b- elaboração dos parâmetros básicos do serviço social na Previdência sob a coordenação do CFESS; c- divulgação da luta que estamos desenvolvendo nos portais dos CRESS, CFESS e outras entidades.

Ante o exposto, reconhecemos a combatividade e compromisso dos profissionais do Serviço Social do INSS que estão resistindo, contra todas as adversidades, na defesa de um projeto ético-político e profissional, direcionado a uma sociedade mais justa e democrática e alertar que constitui um DEVER – o rigoroso cumprimento dos princípios e diretrizes do Código de Ética do Assistente Social, Resolução CFESS n. 273, de 13 de março de 1993 e da Lei que regulamenta a profissão, bem como estar atentos às condições de trabalho, à autonomia técnica e à necessidade de uma chefia da Divisão de Serviço Social – com representatividade e legitimidade perante a categoria – para a efetivação desses compromissos ético-políticos firmados em defesa dos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora.

Resta a certeza de que o compromisso com o fortalecimento da proteção social em nosso país, que tem na política previdenciária um dos seus principais pilares, se traduz cotidianamente em nosso “compromisso com a qualidade dos serviços prestados a população usuária”, principio ético- político fundamental da profissão. É o que acreditamos, defendemos e por isso lutamos!

09 de dezembro de 2009.

Manifesto coletivo dos Assistentes Sociais do INSS presentes no Seminário Nacional dos 30 anos do Congresso da Virada.