As práticas profissionais diante do aumento da violência contra a mulher foi tema de Roda de Conversa em Irati

Vários estudos estão sendo realizados, como o do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que mostram o aumento da violência contra a mulher durante a pandemia.  Estatísticas de órgãos como a Secretaria de Segurança Pública (SESP) do Paraná, também comprovam essa realidade, apontando um aumento de 8,5% nos casos de violência doméstica, no primeiro trimestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2019.  Entre janeiro e março de 2020, foram 14.989 casos, no mesmo período do ano passado, foram 13.807 casos. No entanto, os estudos mostram também uma queda no número de denúncias provocada pela presença constante do agressor imposta pelo isolamento social.

Os desafios desta realidade são enfrentados diariamente pelas/pelos assistentes sociais que atendem estas vítimas.  Profissionais dos municípios que compõem o NUCRESS de Irati reuniram-se no último dia 15, virtualmente, para troca de experiências e aprimoramento de suas atuações. A roda de conversa “Violência contra mulher e o trabalho do/a Assistente Social” foi aberta citando os nomes de várias mulheres assassinadas na região pelo companheiro ou ex-companheiro.

Na sequência foi dada a voz para as convidadas, assistentes sociais, Fernanda Camargo, do Tribunal de Justiça do Paraná, e Luana Bodziak, do CREAS de Mallet.

Fernanda Camargo falou sobre a importância da análise crítica da/do assistente social sobre todas as estruturas sociais e estatais que envolvem esse fenômeno, inclusive as violências institucionais que as mulheres sofrem quando procuram os serviços de segurança pública.

Luana Bodziak trouxe algumas experiências profissionais no município, abordando a realidade de interior, as dificuldades enfrentadas cotidianamente, especialmente, devido à falta de um fluxo de atendimento.

Em seguida, foi aberto o debate entre profissionais e estudantes presentes, que destacaram a falta de fluxos e serviços específicos para as mulheres vítimas de violência, falta de estrutura de serviços para atendimento, violência estrutural e aumento significativo além do agravamento das situações de violência contra a mulher

 “O Encontro foi extremamente enriquecedor, assim como apontado pelos e pelas presentes, pois propiciou a troca de experiências e saberes, para repensarmos as práticas profissionais e também nos fortalecermos enquanto categoria profissional, reforçando a necessidade de nos organizarmos e continuarmos na luta”, conclui a assistente social Mariane Lukavy, organizadora do evento.