A sociedade, os movimentos sociais, sindicatos, centrais sindicais, fóruns, coletivos e outras organizações da sociedade civil estão mobilizadas contra a “reforma” da Previdência proposta pelo Governo Federal, que ameaça direitos das/os trabalhadoras/es. O CRESS-PR, em consonância com o Conjunto CFESS-CRESS, também está na luta pela garantia de direitos!
Uma pá de areia nas supostas reformas
Audiência Pública em Curitiba provou que a sociedade está mobilizada
A Assembleia Legislativa do Paraná recebeu hoje, 31 de março, uma importante demonstração de como o povo está organizado para barrar a chamada reforma da Previdência. Idealizada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, a Audiência é parte de um trabalho nacional de massificação das informações pró direitos de aposentadoria e contra a reforma trabalhista.
Com as galerias lotadas, coloridas em verde e amarelo e extremamente participativas, o único lamento foi a não participação de alguém favorável à reforma. Depois de muitas tentativas dos organizadores, compreendeu-se porque o governo federal gastou R$55 milhões em propaganda, não há quem tope defender tais mudanças publicamente.
Entre os palestrantes estava o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Paulo Paim. Para ele, é fundamental trazer a população para os espaços de decisão. “Os cidadãos estão de olho em cada deputado/a, em cada senador/a”. A fala foi recebida com entusiasmo pela plateia, que disparou o grito de ordem: “Mexeu com meu direito, jamais será eleito”.
Paim tem sido um dos mais fervorosos parlamentares na luta contra a PEC 287, que estabelece mudanças radicais nas regras de aposentadoria. Para ele, as mudanças representam o fim das aposentadorias. “A idade mínima de 49 anos de contribuição é uma ilusão, sabemos que com menos de 16 anos é difícil encontrar emprego por conta da não experiência e com mais de 60 a dificuldade fica por conta das limitações físicas”.
O senador do Rio Grande do Sul também liderou o processo de implantação da CPI da Previdência no Senado. “Suspeitas dão conta de que só de desonerações e sonegações a Previdência perdeu cerca de 1 trilhão de reais”, disparou Paim, que lamentou a demora dos partidos em eleger um representante e agilizar os trabalhos da CPI.
Da terrinha – Dois dos três senadores paranaenses também participaram da audiência. Gleisi Hoffmann fez questão de destacar o quanto a reforma representa um retrocesso para os direitos das mulheres: “Está estatisticamente comprovado que as mulheres ainda ganham menos, trabalham mais e são responsáveis pela maior parte dos trabalhos domésticos, igualar a idade é voltar no tempo”.
Já o senador Roberto Requião explicou os males dessas possíveis mudanças citando a experiências de um país vizinho. “No Chile, onde esse processo de transferência para a aposentadoria privada aconteceu há anos, o valor médio pago às aposentadorias é de R$ 440″. Para o senador, o país só poderá sair da crise econômica se pegar o caminho inverso. Se pegar o caminho do desenvolvimento econômico, defendendo os interesses da indústria nacional.
Trabalhista – Diante da aprovação na Câmara do projeto que legaliza as terceirizações, o assunto acabou ocupando espaço na fala da maioria dos participantes. Entre as absurdas propostas que compõem esse pacote de mudanças está a autorização para a terceirização de atividades fim e dá poderes para o negociado sobre o legislado. Isto é, poderão haver acordos que excluem direitos trabalhistas desde que negociados com um representante legal.
O que fazer? – Integrar-se, participar e soltar a voz! O próximo passo é fazer acontecer a greve geral no dia 28 de abril. Nesse dia vamos lutar contra o desmonte dos direitos dos trabalhadores/as. Ou paramos agora ou seremos espremidos até a última gota de sangue por governos e empresários que só pensam em preservar seus privilégios.
Fonte: SindSaude PR