Mais de mil pessoas se reuniram para discutir o Serviço Social na Educação

A delegação do Paraná esteve presente para contribuir com os debates

fotos: Diogo Adjuto
fotos: Diogo Adjuto

Nos dias 4 e 5 de junho aconteceu em Maceió-AL o 1º Seminário Nacional de Serviço Social na Educação, promovendo uma reflexão aprofundada sobre a educação e o projeto ético político do/a assistente social. Na luta por uma educação emancipadora, mais de mil pessoas participaram presencialmente do encontro. Do Paraná estiveram presentes cerca de 30 profissionais.

Com uma série de profundos debates, o Seminário contou com Grupos de Trabalhos que levantaram pontos fundamentais dentro de cada tema. O conselheiro do CRESS/PR Kleber Durat apresentou o relatório do Grupo de Trabalho que discutiu Educação Superior. Uma das questões abordadas no grupo foi a falta de condições de trabalho e o não comprimento das 30 horas. Foi repercutida a falta de profissionais por aluno nas universidades. “Tem universidades em que temos um/a assistente social para dez estudantes, outras com a proporção de um/a profissional para mil alunos/as”, comentou Kleber.

A sistematização apresentada a respeito das discussões sobre a Educação Profissional e Tecnológica apontou como um dos principais desafios do/a assistente social superar o conservadorismo e tecnicismo que os institutos federais adquiriram desde a sua criação. Entre outros pontos, foi apontada a sugestão de elaboração de subsídios para a atuação dos/as profissionais nestes institutos, em conformidade com o projeto ético político.

O GT sobre Educação Popular destacou a importância de uma atuação de caráter social e emancipatória do Serviço Social com a população. Alertando os/as assistentes sociais para a não compactuação da chamada “cidadania capitalista”, mas sim, possibilitar à população o acesso a direitos e conteúdos de emancipação social em vistas de uma nova ordem societária.

A respeito da Educação Básica foi chamada a atenção para uma política de educação repressora, onde em alguns casos como no Rio de Janeiro, a polícia militar é instalada nas escolas para “coibir” a violência. Foi discutida também a homofobia nas escolas, mostrando o quão importante é a intervenção do Serviço Social na formação básica do indivíduo, para a promoção da cultura, do reconhecimento da diversidade de gênero, identidade de gênero e orientação sexual no cotidiano escolar.

A mesa redonda final foi sobre o tema “A consolidação do Serviço Social na Educação: um desafio coletivo”, em que foi ressaltada a necessidade de ações articuladas com os movimentos sociais, sujeitos profissionais, sujeitos políticos e instâncias de controle social. Nesta mesa redonda a conselheira do CFESS Rosa Prédes fez uma abordagem dos principais desafios em relação à consolidação do Projeto ético-político profissional no tocante às atribuições e competências dos/as assistentes sociais na Política de Educação, também baseada nos debates e documentos elaborados até então sobre o tema. Ela afirmou que o exercício profissional e sua autonomia são marcados por condições objetivas contraditórias, listando a dimensão técnica, a dimensão ético-política e a dimensão teórica.

De acordo com o conselheiro do CRESS/PR, Kleber Durat, “o Seminário foi extremamente importante pois vários estados puderam participar. A partir destes espaços conseguirmos ter clareza e mostrar apontamentos e dificuldades do Serviço Social na Educação”.

Para ele, os apontamentos do seminário realizado em 30 de março no Paraná, sobre legislação, parâmetros, garantia de direitos e reconhecimento da atuação profissional serviram como base para se ter uma visão geral do que está acontecendo no país. Um documento será elaborado a respeito do encontro, segundo o conselheiro Kleber, e dará um direcionamento nacional para a atuação, fiscalização ética e da não precarização do trabalho do/a assistente social.

Sem. SS Educação - Maceió
Deleação paranaense durante o seminário

*Com informações do site do CFESS.

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