Transp. e Prestação de Contas
No dia 14 de maio aconteceu em Curitiba a solenidade de comemoração ao Dia do/a Assistente Social. Com palestra da ex-ministra do Ministério de Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, o evento contou também com falas que ressaltaram a importância da luta pela Educação em articulação com movimentos sociais.
A conselheira Daraci Rosa dos Santos, representando o CRESS/PR, abriu as falas, contextualizando que este ano o conjunto CFESS-CRESS definiu como temática do dia do/a Assistente Social a defesa da Educação Pública de Qualidade. “Educação não é Mercadoria. A Educação é um instrumento de emancipação da classe trabalhadora e somos fruto dessa educação que se dá em processos formais e também informais”. No que se refere à educação formal, como política pública, cujo responsável é o Estado por viabilizar o acesso ao conhecimento universal, a conselheira esclareceu que o conjunto CFESS-CRESS não concorda com o baixo investimento na educação, por isso integra a luta para que 10% do PIB sejam direcionados para a Educação entre outras bandeiras relacionadas com a defesa da educação pública de qualidade. Também evidenciou a importância da educação pública, laica, gratuita e de qualidade, reforçando posicionamento do conjunto CFESS/CRESS contrário à modalidade de ensino à distância no Serviço Social, explicitando sua incompatibilidade, dadas as exigências da formação e do currículo do curso, além das próprias demandas societárias.
Compuseram a mesa de abertura: a assistente social Elza Campos, representando a União Brasileira de Mulheres (UBM); Wanderson Andrade Fagundes, estudante representante da ENESSO (Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social); Renária Moura, representado o Grupo de Trabalho que organizou os eventos alusivos ao Dia do Assistente Social; Deputado Estadual Professor Lemos; Vereadora Professora Josete ; Marlei Fernandes, presidenta da APP Sindicato (Sindicato d@s Trabalhador@s em Educação Pública do PR); Marise Félix, do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais); Ednubia Ghizi, do Comitê Popular da Copa.
A mesa abordou diferentes visões para a luta por melhorias na educação pública. Encerrada a mesa de abertura deu-se início à fala da palestrante Márcia Lopes, seguida dos comentários da debatedora Esther Luiza Lemos, representante do CFESS.
Márcia Lopes endossou a importância do tema escolhido neste ano pelo conjunto CFESS-CRESS e comentou sobre as evoluções e acúmulos da categoria nos últimos anos sobre este tema. “O Brasil está mudando seus indicadores com relação à Educação, e isto é um grande avanço, porém temos que ir além da garantia do acesso, temos que garantir a permanência e a qualidade”.
Referindo-se ao Dia do/a Assistente Social , a palestrante parabenizou toda a categoria. “Tenho muito orgulho de ter participado em 1979 do 3º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, chamado de Congresso da Virada, onde se repensaram as questões da profissão e as estratégias éticas e políticas de atuação”, comentou Márcia, fazendo o gancho de que a categoria hoje tem que continuar sendo crítica, seguindo com o enfrentamento, mas buscando identificar interlocutores em setores do governo para o diálogo.
A importância da profissão foi ressaltada na sequencia pela assistente social Esther Luiza Lemos que citou conquistas que geraram acúmulos nos últimos 30 anos “esse acúmulo só é possível porque tivemos o exercício do pensar e do fazer, e em todos avanços temos o pluralismo para dialogar com todas as áreas. É assim que nossa profissão vai se forjando: a partir do contexto sócio histórico”, comentou Esther, argumentando que é por meio da educação que se vai continuar pensando o papel e projetando o futuro da profissão.
Ela lembrou das lutas do Conjunto CFESS-CRESS, como um exercício de descontruir o que tem sido feito com a educação. Estamos publicizando e denunciando formas de encarar a educação. “Um exemplo é nossa campanha de que Educação não é fast food”, disse Esther, referindo-se a necessidade de descontruir a mercantilização da Educação. Para ela, “a educação tem o papel de favorecer o entendimento da realidade em relação às condições de vida dos e das trabalhadores e trabalhadoras, temos que conceber esta educação para além do capital”. Ela citou também a luta já realizada pelo CFESS em relação às EADs, explicando que o papel das unidades de formação é criar condições de oferecer uma formação crítica que prepare os/as estudantes para o entendimento do sujeito humano, ou seja que a educação deve ser cada vez mais humanizada.
Na sequencia, os cerca de 120 participantes do evento foram convidados a uma confraternização para celebrar o Dia do/a Assistente Social.
Fala de convidados:
“O tema da Educação é da mais alta relevância, pois é somente pela educação que se permite a formação de sujeitos políticos que vão abraçar a luta pela transformação social”, comentou Elza Campos, da UBM. Ela parabenizou a categoria pelo Dia do/a Assistente Social e lembrou que maio é um importante, por ser mês de muitas lutas , referindo-se às datas do Dia do Combate ao Abuso e Exploração Sexual(18), Dia do Trabalhador(1º) e Dia do Combate à Homofobia (17).
Já a vereadora Professora Josete apresentou como item prioritário na luta pela qualificação da educação no Brasil a implementação do Plano Nacional de Educação(PNE). “A categoria de assistentes sociais e toda a sociedade devem participar deste debate para que as metas deste plano se efetivem”. Ressaltou a importância dos/as Assistentes Sociais na garantia de direitos da população e lembrou da importância da conquista do SUAS (Sistema Único de Assistência Social).
No mesmo sentido, a fala da presidenta da APP Sindicato, Marlei Fernandes, defendeu a necessidade de envolvimento da população no debate sobre o Plano Nacional da Educação. Marlei também trouxe ao evento algumas questões de luta da Educação, como a recente conquista do piso salarial da categoria de educadores, salientando que é um exemplo de luta que durou muitos anos e que ainda será necessário continuar lutando pela sua efetivação.
A fala da Representante o Movimento LGBT, Marise Félix, contemplou a importância de articulação nas lutas por justiça social. “O grupo que represento – Grupo Dignidade – completou 20 anos de atuação, e uma coisa que aprendi com a história do grupo é que não se chega a lugar algum sem as parcerias. E o CRESS/PR é um grande parceiro há anos do movimento LGBT, sempre apoiando nossa causa”.
O Estudante Wanderson Fagundes, da ENESSO, fez uma fala mais provocativa, ressaltando que muitas ações governamentais ainda estão aquém de uma verdadeira equidade social. Criticou a visão que muitas universidades tem com relação à formação crítica dos/as estudantes de Serviço Social: “hoje tem cursos de Serviço Social que tem a disciplina de empreendedorismo social, ensinado como se ganhar dinheiro com as questões sociais, um absurdo”.
A fala do Deputado Lemos (PT) foi voltada para parabenizar aos/às Assistente Sociais pelo seu dia, avaliando que a categoria tem conseguido mudar a mentalidade de alguns parlamentares: “Estamos hoje superando aquela visão de Assistência Social associada à profissão. Na assembleia eu já fico atento à forma correta de se abordar algumas questões, utilizando a terminologia correta”. Ele também ressaltou a importância da luta por uma educação de qualidade em defesa da classe trabalhadora.
A conselheira do CRESS Renária Moura fez uma fala sucinta em que ressaltou a importância da profissão e das lutas não apenas pela Educação, mas todas as lutas da categoria. E lembrou que além da necessidade de continuar lutando o Dia do/a Assistente Social é um dia também para comemorar as conquistas e confraternizar.
Pelo Comitê Popular da Copa falou Ednubia Ghizi, que apresentou a relação da dificuldade em governos e empresários direcionarem recursos para a Educação, em contraposição à facilidade como é direcionado recurso para estes megaeventos esportivos.
Confira aqui as Fotos do Evento
