Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência: vozes que transformam o conhecimento no Serviço Social
Em 11 de fevereiro, celebramos o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, uma data criada pela ONU em 2015 para destacar a importância da participação feminina nos campos da ciência e da tecnologia. Esse dia nos lembra da necessidade urgente de mais equidade de gênero nessas áreas e busca inspirar meninas e mulheres a se envolverem em carreiras científicas, que ainda são na maioria dominadas por homens.
Infelizmente, a realidade ainda é desigual. Dados da ONU mostram que apenas 35% das cientistas no mundo são mulheres, e esse número diminui ainda mais em países em desenvolvimento. Além disso, as mulheres enfrentam desafios como a falta de recursos e oportunidades de crescimento profissional, o que muitas vezes limita seu potencial. No entanto, a luta por mais representatividade e por um ambiente mais igualitário continua firme.
No campo do Serviço Social, a ciência também se faz presente por meio de pesquisas que questionam desigualdades, propõem mudanças e fortalecem a luta por direitos. Hoje, queremos destacar o trabalho de pesquisadoras da área do Serviço Social, que têm contribuído para o fortalecimento da profissão e o aprimoramento da formação e do exercício profissional. A pesquisa dessas mulheres é um reflexo da dedicação para transformar a realidade social e promover mudanças significativas na sociedade.
Confira algumas mulheres pesquisadoras que se dedicam a aprimorar o Serviço Social:
- Marília Gonçalves Dal Bello, assistente social e docente em Paranavaí/PR, desenvolve a pesquisa “A Invisibilidade da População de Rua na Cidade de Paranavaí-PR”, que busca compreender como festividades sociais podem acentuar a exclusão de pessoas em situação de rua. O estudo tem um compromisso ético com a defesa dos direitos humanos e a formulação de políticas públicas mais justas.
- Andreia Agda Silva Honorato, assistente social e professora da Unioeste, em Francisco Beltrão/PR, investiga o “Estágio na Indissociabilidade Formação e Exercício Profissional”. Em sua trajetória, Andreia destaca as interseções entre gênero, raça e classe, refletindo sobre desafios enfrentados por mulheres negras na academia e na vida profissional.
- Nayara Cristina Bueno, docente em Guarapuava/PR, pesquisa “O Trabalho de Cuidado na Pauta das Marchas de Mulheres no Brasil”, analisando como o cuidado, realizado majoritariamente por mulheres, é central para a reprodução da vida, mas segue invisibilizado. Sua análise é fundamental para compreender as relações de gênero e a divisão sexual do trabalho.
- Em Matinhos/PR, Alene Silva da Rosa estuda a “Política de Assistência Social e a Questão de Drogas”, analisando a relação entre o SUAS e o enfrentamento das políticas proibicionistas. Sua pesquisa destaca a importância de um olhar crítico e antimanicomial para a construção de uma sociedade mais justa.
- Mabel Mascarenhas Torres, assistente social atuante em Londrina/PR, conduz a pesquisa “Serviço Social e Comunicação: a linguagem como elemento essencial para o trabalho do/a assistente social”, desenvolvida em parceria entre UFAS — UEL, UEM e UNILA. Seu estudo investiga como a comunicação e a linguagem são fundamentais para qualificar o trabalho profissional, especialmente em contextos desafiadores, como o período pandêmico. Mabel destaca a relevância da produção de informações críticas e o papel do Conjunto CFESS/CRESS na orientação e fortalecimento da atuação das e dos assistentes sociais.
- Juliana Domingues, assistente social e pesquisadora em Foz do Iguaçu/PR (Unila), desenvolve a pesquisa “Monitoramento da Política de Saúde Mental no Paraguai”. Seu estudo busca analisar a implementação da Política Nacional de Saúde Mental no Paraguai (2011–2020), identificando desafios e avanços, especialmente em um contexto marcado pelo aumento do sofrimento psíquico e pelas violações de direitos humanos na América Latina. A pesquisa de Juliana é fundamental para construir diagnósticos críticos e propor melhorias para as políticas de saúde mental em territórios de fronteira.
Essas vozes femininas mostram que a ciência vai além dos laboratórios e das estatísticas: ela está na escuta atenta das realidades sociais, na análise crítica das desigualdades e na construção de caminhos para um futuro mais igualitário. Neste 11 de fevereiro, celebramos não apenas as conquistas, mas também a resistência e a potência das meninas e mulheres na ciência.