CRESS-PR destaca o Dia Mundial pelo Trabalho Decente para promover condições justas, seguras e dignas de trabalho 

 

Em 7 de outubro, celebramos o Dia Mundial pelo Trabalho Decente, uma data instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1999, com o objetivo de promover condições justas, seguras e dignas para trabalhadoras e trabalhadores. O conceito de trabalho decente abrange remuneração adequada, equidade, liberdade e segurança, pilares para garantir uma vida digna. No entanto, apesar desse ideal, a realidade nos mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

 

Em entrevista ao CRESS-PR, a assistente social Helena Maria Ramos dos Santos, servidora pública da Universidade Estadual de Maringá, ressalta que, embora o conceito de trabalho decente tenha sido formalizado há mais de duas décadas, ainda está longe de ser plenamente alcançado. Conforme observam Marina Cavalcanti e Thaiz Carvalho Senna no artigo “A dupla jornada à luz de Helena Solberg”, o século XXI trouxe uma nova forma de exploração, marcada pela expropriação do tempo, do corpo e da saúde mental das pessoas.

 

 

As mulheres, em especial, enfrentam ainda uma dupla jornada, dividindo-se entre o trabalho remunerado e o não remunerado, como o cuidado dos filhos e as tarefas domésticas. O sistema capitalista depende estruturalmente desse trabalho invisível e desvalorizado, realizado em sua maioria por mulheres. Isso nos leva a refletir: nosso modelo de trabalho é, de fato, decente?

 

E como ele impacta a vida daqueles que trabalham em condições precarizadas, como no crescente modelo de trabalho uberizado, que desfaz a fronteira entre o tempo dedicado ao trabalho e à vida pessoal. O aspecto mais alarmante desse fenômeno é o surgimento de uma nova forma de escravidão digital, caracterizada por maior precarização, informalidade, desemprego, subemprego e menos direitos. Tudo isso é disfarçado pela retórica enganosa do empreendedorismo promovida pelo discurso neoliberal.

 

Na nossa categoria de assistentes sociais, essa realidade se reflete no descumprimento de legislações, baixos salários e condições de trabalho cada vez mais precarizadas.

 

O CRESS-PR, alinhado às bandeiras de luta do conjunto CFESS-CRESS, defende a implementação da Lei n.º 8.662/1993, que estabelece a jornada de trabalho de 30 horas semanais para assistentes sociais, sem redução de salários. Além disso, lutamos contra condições de trabalho degradantes, combatemos todo tipo de assédio e defendemos a autonomia profissional, exigindo a realização de concursos públicos e ações que enfrentem a precarização em todas as áreas.