CRESS-PR entregou para a categoria um 8⁰ CPAS regado de partilha, afeto e trocas de experiências
Entre os dias 26 e 28 de setembro, o CRESS-PR realizou na cidade de Londrina o 8º Congresso Paranaense de Assistentes Sociais (CPAS), proporcionando momentos de partilha, afeto e trocas de experiências. O evento foi sediado na Universidade Estadual de Londrina (UEL), instituição pública historicamente reconhecida como espaço de resistência e produção de conhecimento, que aproxima diversas profissões, especialmente o Serviço Social.
O 8⁰ CPAS cumpriu seu objetivo de oportunizar para assistentes sociais, pesquisadoras/es de Serviço Social, trabalhadoras/es de diversas áreas, o aprofundamento de reflexões e debates que aprimoram a competência profissional numa direção ética, técnica, política e emancipatória.
A presidenta do CRESS-PR, Olegna de Souza Guedes, expressa seu profundo agradecimento a todas as pessoas que participaram do CPAS, com um reconhecimento especial à UEL pelo acolhimento deste Congresso. Ela também estende sua gratidão às e aos palestrantes e ministrantes dos minicursos, que, com generosidade, compartilharam suas experiências e conhecimentos, dedicando seu tempo como militância, sem receber honorários.
“Reconheço também a importância das e dos estudantes e da equipe de funcionárias/os e conselheiras/os, tanto os presentes quanto os que ajudaram à distância, para o sucesso do evento. Apesar de sabermos que sempre há o que melhorar, estamos à disposição para continuar aprendendo, debatendo e abordando temas que necessitam de atenção e reflexão”, afirma.
Programação marcada por debates, apresentações de trabalhos, mesas e minicursos
A conferência de abertura, realizada no primeiro dia do congresso, teve como tema “Ideologia conservadora e demandas políticas no trabalho das/dos assistentes sociais”. A palestra foi conduzida pela Prof.ª Dr.ª Lélica Elis Pereira de Lacerda (UFMT) e mediada pela Prof.ª Melissa Portes. Durante sua exposição, a professora Lélica trouxe contribuições essenciais, ressaltando que romper com o conservadorismo passa pela defesa do Projeto Ético-Político, além de requerer um engajamento ativo nas lutas anticapacitista, antirracista, antilgbt+fóbica e antipatriarcal. Ela também enfatizou a importância das interseccionalidades entre classe, raça e gênero nesse processo.
Na manhã do segundo dia, o debate girou em torno da temática “Assistentes sociais na construção do amanhã desejado: enfrentamento do racismo e capacitismo”. A primeira mesa foi mediada pela assistente social Talita Silva de Jesus, do NUCRESS de Apucarana, e contou com a participação das profissionais Fernanda Vicari, de Porto Alegre (RS), e Daiane Montoanelli, de São José (SC), que discutiram os desafios para a construção de uma prática anticapacitista nas políticas sociais.
A segunda mesa, mediada por Marcelo Oliveira, conselheiro e coordenador do Comitê Paranaense de Assistentes Sociais no Combate ao Racismo, foi ministrada pela assistente social Luana Portela e pelo assistente social André Henrique Melo, também integrantes do Comitê. Eles apresentaram dados parciais relevantes do Mapeamento do Perfil das/dos Assistentes Sociais no Combate ao Racismo, abordando o tema “A certeza na frente e a história na mão” e discutindo os desafios e horizontes da luta antirracista no Serviço Social brasileiro, além do papel do Comitê Paranaense nessa luta.
À tarde, aconteceram as apresentações de trabalhos nos eixos temáticos, seguidas por uma confraternização em celebração aos 40 anos de lutas e história da Seccional de Londrina. Na ocasião, também foi apresentado um painel sobre a memória da organização política e das coordenações da Seccional, baseado na dissertação de mestrado da ex-conselheira e assistente social Rosângela Aparecida Souza Costa.
À noite, ocorreu a mesa “Uma formação profissional atravessada por estratégias de precarização do trabalho: implicações éticas e técnicas para o Serviço Social”, ministrada pelas professoras Andrea Braga e Ednaura Luza, com mediação da Prof.ᵃ Kathiuscia Aparecida Freitas Coelho. A mesa trouxe contribuições significativas para discutir os desafios impostos pela precarização da formação e das condições de trabalho dos assistentes sociais, que demandam estratégias coletivas e articuladas.
Encerramento aborda desafios e compromissos sob uma perspectiva ética e política
No último dia, a mesa de encerramento trouxe o tema “Estratégias coletivas de defesa do trabalho profissional das/dos Assistentes Sociais no cenário contemporâneo”. Mediado pela Prof.ª Denise Fank de Almeida, o debate foi conduzido por Karen Albini (CFESS) e Jaqueline Zuin dos Santos (CRESS-PR). Elas destacaram os desafios futuros e a importância de reafirmar o compromisso com a qualidade dos serviços prestados, a valorização da profissão e a defesa da classe trabalhadora, sempre sob uma perspectiva ética e política.
O CRESS-PR afirma que o encerramento das mesas evidenciou a importância fundamental de ações articuladas entre os Comitês para aprofundar a luta anticapitalista. Além disso, os três dias do congresso foram repletos de conhecimento compartilhado, com minicursos que contaram com a participação ativa das pessoas inscritas em todas as atividades, assim como o chamamento da categoria para se engajar nas lutas coletivas e organização política da categoria.