No dia 13 de junho, foi realizada em Londrina a roda de conversa “Anticapacitismo e Mobilidade Urbana: Lutando pelos Direitos das Pessoas com Deficiência”. A iniciativa surgiu a partir das experiências de Ana Paula de Andrade, moradora do bairro Vista Bela, na zona norte da cidade, e usuária de cadeira de rodas, que enfrentou diversas violações de direitos no uso do transporte coletivo. Ana Paula compartilhou como o capacitismo e essas violações de direitos impactam a vida das pessoas com deficiência, recebendo apoio de outros moradores, com e sem deficiência, que participaram do evento.

 

Organizada pelo coletivo popular Vista Bela em Movimento, a roda de conversa contou com a presença de Liana Lopes Bassi, coordenadora da Seccional de Londrina do CRESS-PR, e da socióloga Beatriz Silva, servidora da prefeitura de Londrina. Além de Ana Paula, outros moradores, como Bruno Ponce e José Giuliangeli de Castro, compartilharam suas experiências.

 

Os presentes decidiram protocolar um pedido de audiência pública sobre o tema na Câmara de Vereadores, acompanhado de um ato público. O coletivo Vista Bela em Movimento também informou que denunciou à ouvidoria da empresa Grande Londrina o motorista citado por Ana Paula, resultando em seu afastamento das linhas que percorrem o bairro.

 

Outra participante, Beatriz Silva, que utiliza uma prótese para locomoção, destacou a necessidade de discutir o sistema capitalista que limita as pessoas com deficiência, citando, entre outras coisas, a falta de fomento à indústria brasileira para a produção de próteses de qualidade.

 

Liana Lopes Bassi ressaltou a importância de conhecer as leis que garantem os direitos das pessoas com deficiência, mencionando a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, de 2006, tornada decreto em 2009, e o Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015. Ela explicou que a legislação atual exige que a sociedade e o poder público se adaptem às necessidades das pessoas com deficiência, eliminando barreiras arquitetônicas, de acessibilidade e atitudinais, de forma que participem da sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

 

“A mobilização social é essencial para avançar na luta anticapacitista”, afirmou Liana. A Assistente Social destacou que a sociedade preconceituosa tende a ver as pessoas que lutam por seus direitos como problemáticas, mas é preciso mudar essa percepção para garantir igualdade de direitos.