“Para evitar conflitos fundiários urbanos, é necessária uma política de moradia”, afirma professor

Com o propósito de debater a temática de Conflitos Fundiários Urbanos e Movimentos de Luta por Moradia, mais de 200 profissionais e estudiosos da área de Serviço Social participaram nesta quarta-feira (06), do 6° encontro do curso Questão Urbana e Serviço Social.

Neste módulo, o palestrante Leandro Gorsdorf (UFPR) apresentou os vários aspectos que envolvem os movimentos sociais no Brasil, conceitos, questões históricas e a devida ocupação de espaços na sociedade que poderiam tornar-se em ambientes voltados ao desenvolvimento da área cultural, social e de atendimento a grupos em vulnerabilidade.

“Para evitar os conflitos fundiários urbanos é necessária uma política de moradia, estabelecer parâmetros e normativas, procurando soluções alternativas, não esquecendo do papel e responsabilidade do Estado” afirmou Leandro.

Leandro também citou três momentos importantes na história do Brasil que remetem à questão fundiária. O primeiro seria a ocupação e invasão dos portugueses no Brasil, seguida do apagamento dos povos indígenas. Já o segundo, aconteceu em 1851, com a libertação dos escravos e o início de compra e venda, ou seja, a aquisição de terras por parte da elite brasileira.E o terceiro e último resgate histórico, caracterizado pelo processo de industrialização, no qual alguns grupos começaram esse processo de ocupação das terras.

Segundo Rud Rafael (MTST, UFPE), é fundamental qualificar e pensar nesse processo de transformação dos conflitos fundiários urbanos. “Os conflitos têm sido um elemento cada vez mais crescente na sociedade, o crescimento brutal da desigualdade, famílias inteiras em espaços de abrigamento, principalmente, após a pandemia”, ressaltou Rud.

Nos encontros anteriores, já foram tema de debate: a política urbana no brasil, o direito à cidade, território, territorialização e intersetorialidade na política urbana, aspectos jurídico-normativos da política urbana, e a gestão democrática das cidades.

Organização

A organização e realização do curso conta com a parceria do Projeto de Extensão Direito à Cidade e Proteção Social do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Grupo de estudos Direito à Cidade e Gestão Democrática do curso de Serviço Social e Núcleo de Direitos Humanos da PUC-PR; GTP Questão Urbana, Agrária e Ambiental da ABEPSS e Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO).