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O Conselho Regional de Serviço Social (CRESS-PR) manifesta seu repúdio às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou na quinta-feira 17 de junho de 2021, em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), sobre a utilização de “sobras de comida da classe média para alimentar os mais pobres”. O CRESS-PR defende a segurança e a soberania alimentar como um direito humano.
Conforme a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), em uma definição estabelecida na Conferência Mundial da Alimentação (CMA) de Roma em 1996, a segurança alimentar ocorre quando todas as pessoas têm acesso físico, social e econômico permanente a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para satisfazer suas necessidades nutricionais e preferências alimentares, possibilitando assim uma vida ativa e saudável.
Deste modo, a fala do ministro expressa-se como uma afronta aos milhares de brasileiros e brasileiras que vivem em condições de vulnerabilidade e de intensificação da desigualdade social, acirradas no contexto da pandemia. O combate à fome não pode ser enfrentado com sobras de comidas ou com alimentos de validade reduzida, mas com políticas públicas de alimentação, nutrição e saúde.
Esse pronunciamento é inadmissível ao drama de milhares de famílias brasileiras, em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que seria possível “alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, pessoas desamparadas. É muito melhor que deixar estragar”.
Essa manifestação é uma afronta ao direito universal à segurança alimentar e nutricional.
Em tempos de barbárie alimentada pela sociabilidade do capital, o CRESS-PR manifesta, com trabalhadoras e trabalhadores, seu compromisso ético-político pela soberania alimentar e pela dignidade humana.
