O Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR), desde o início da vacinação, tem intensificado esforços para que os municípios paranaenses vacinem os (as) trabalhadores (as) do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o que inclui assistentes sociais e profissionais de outras áreas em Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), unidades e casas de acolhimento e outras organizações. A estimativa é que haja 30 mil trabalhadores do SUAS no Paraná.
Eles (as) atuam na linha de frente no atendimento presencial ao público e não paralisaram as suas atividades. Dessa maneira, a contaminação pelo coronavírus têm sido alta, além de existir a ocorrência de mortes. Apenas em Irati e nos nove municípios vizinhos na região central pelo menos 25% dos profissionais já foram contaminados. Por conta disso, trabalhadores (as) do SUAS na região paralisaram suas atividades e realizaram manifestações pedindo a priorização da vacinação para esse público. Apenas no Paraná pelo menos 16 assistentes sociais já morreram em decorrência da covid-19.
“Temos hoje apenas no Paraná mais de 1,5 milhão de pessoas com registro no CadÚnico e mais de 420 mil no Bolsa Família, além de populações em situação de vulnerabilidade como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, entre outros. Os (as) profissionais da Política de Assistência Social ajuda a proteger essas populações, a colocar em prática políticas públicas essenciais e precisa fazer com que os serviços funcionem de maneira presencial. Precisamos proteger esses (as) trabalhadores (as) e fazer com que eles (as) sejam prioridades para os municípios paranaenses”, explica Marcia Lopes, conselheira do CRESS-PR.
Esses (essas) profissionais estão presentes no Plano Estadual de Vacinação, com grau de prioridade igual ao de profissionais de educação, mas nem todos os municípios têm seguido essa orientação, uma vez que seguem o Plano Federal, que exclui esse segmento das prioridades. A proposta de lei para a inclusão de profissionais no SUAS entre as prioridades foi aprovada pela Câmara dos Deputados e aguarda votação no Senado Federal.
A luta pela vacinação para profissionais do SUAS também atinge outras categorias como a de psicólogos (as), pedagogos (as) e outros profissionais. O tema também motivou uma reunião conjunta com o deputado estadual Tadeu Veneri, que também deve realizar uma mobilização na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Encontros com associações de municípios e entidades de prefeitos e vereadores também devem ser realizadas em breve.
“O trabalho do SUAS é essencial promover a dignidade e trazer um alento a milhares de famílias que passam por grandes dificuldades durante a pandemia. As condições de trabalho têm sido difíceis e a vacina pode amenizar a preocupação de profissionais que são tão essenciais nesse momento”, afirma o deputado Tadeu Veneri como representante da Assembleia Legislativa do Paraná.
O CRESS-PR já enviou ofícios para o Governo do Estado do Paraná e está buscando uma reunião com a Secretaria Estadual de Saúde para tratar do assunto. Em paralelo, também está se reunindo com representantes do Ministério Público do Paraná. No dia 14 de maio, o procurador e coordenador Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, enviou um ofício direcionado ao Governo solicitando informações a respeito da vacinação para esse grupo prioritário. Uma nova reunião com a Promotoria de Saúde Pública também deve ser realizada nessa semana.