CRESS-PR luta pela priorização da vacinação de assistentes sociais que atuam na linha de frente no atendimento à população em todo o estado

Ao longo de um ano de pandemia, o Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR), que representa as (os) assistentes sociais de todo o Paraná, já realizou diversas ações voltadas para o combate ao coronavírus e visando a proteção de profissionais em todo o estado. As (os) assistentes sociais que atuam em hospitais, unidades de saúde, consultórios, ambulatórios e atendimento domiciliar são considerados profissionais de saúde e, portanto, prioritários na fila da vacinação. Várias (os) delas (es) que atuam no Hospital de Clínicas do Paraná participaram também de testes para a elaboração da vacina Coronavac no ano passado.

Segundo a presidente do CRESS-PR, Andrea Braga, as (os) profissionais que atuam nas políticas de assistência social, como os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), e unidades de acolhimento, também devem estar na lista de prioridades, bem como os profissionais que atuam na linha de frente com a população nas demais políticas públicas. Por conta disso, o Conselho enviou um ofício ao Governo do Estado do Paraná para explicar sobre a necessidade de priorização das (dos) profissionais dessa área. “As políticas sociais foram reconhecidas como essenciais desde o início da pandemia do coronavírus e fazem a diferença para milhares de pessoas que passam por algum tipo de violência ou estão em vulnerabilidade social, além do atendimento na linha de frente de combate ao vírus. É um trabalho que exige contato direto com a população, por isso, precisa ser priorizado na fila da vacinação”, explica.

Em algumas das principais cidades do Paraná, o CRESS-PR, assim como outros Conselhos da área da saúde, também enviou a lista de profissionais cadastrados no Conselho para serem incluídos na lista de vacinação prioritária.

“Historicamente para a vacinação há uma diretriz do Governo Federal que é seguida por estados e municípios, mas no contexto atual muitas unidades da federação têm realizado orientações distintas. Em alguns municípios, não há a especificação sobre quais profissionais de saúde devem ser priorizados ou tem havido algumas contradições em relação a isso. Os municípios devem fazer essa segmentação e priorizar aqueles que estão na linha de frente. O cotidiano das (dos) assistentes sociais tem sido muito impactado pela pandemia e, por isso, lutamos para que essas vacinas cheguem o quanto antes a essas (esses) profissionais”, afirma.

Ao longo da pandemia, o CRESS-PR também realizou 185 atendimentos específicos relacionados ao coronavírus, incluindo orientações em relação aos cuidados e condições nos locais de trabalho, como a disponibilização de EPIs e materiais de proteção, além do acompanhamento e envio de ofícios para as instituições e fiscalizações. A entidade ainda realizou lives, materiais e documentos com orientações para profissionais sobre as condições adequadas de trabalho, orientações sobre o atendimento remoto, fiscalização, apoio a profissionais e em defesa aoSistema Único de Assistência Social (SUAS) e do Sistema Único de Saúde (SUS). “Ressaltamos sempre a importância de que as (os) assistentes sociais nos acionem e relatem sobre a ausência das condições éticas e técnicas para o trabalho profissional no cenário de pandemia do Covid-19 para atuação do Conselho nas demandas relativas às suas atribuições”, relata.

Além disso, o CRESS desde o início da pandemia suspendeu o atendimento presencial e tem atendido as (os) profissionais por canais digitais, incluindo telefone, e-mail e whatsapp com o intuito de preservar assistentes sociais e trabalhadoras (es) do Conselho dos riscos de contágio. A instituição também criou uma página especial – com um canal específico para denúncias – que pode ser conferida aqui e emitiu notas de pesar para as (os) profissionais que faleceram. Ao longo de um ano de pandemia, ao menos nove assistentes sociais em todo o estado faleceram em decorrência da Covid-19.

Andrea também reforça que o conselho, seguindo o Conselho Federal de Serviço Social, se posiciona para que as vacinas cheguem o quanto antes para toda a população brasileira. “Estamos em uma situação de completo caos na nossa saúde, com a falta ou insuficiência de políticas públicas para o combate eficaz da pandemia. Por conta disso, lutamos para que as vacinas cheguem o quanto antes para todas (todos) as (os) brasileiras (os). Enquanto isso não acontecer mais pessoas vão continuar sofrendo com as mortes ocasionadas pelo vírus”, destaca. Ela lembra ainda a importância da manutenção do distanciamento social, evitar aglomerações, uso de máscara e álcool gel.