A assistente social Miriam Costa atua na Política de Assistência Social, em Cornélio Procópio, NUCRESS Cornélio Procópio. Ela ficou pouco tempo em trabalho remoto no CREAS, logo a equipe voltou para o horário normal de atendimento, enfrentando as dificuldades que o momento tem imposto. Sem o preparo necessário para atuação em pandemia, busca viver um dia de cada vez, com o medo sempre presente, mas também com esperança de que essa experiência fortaleça a todos. É ela quem conta hoje como tem sido ser assistente social em tempos de COVID19.
Como tem sido sua rotina com a Pandemia?
Em relação à rotina de trabalho pouco mudou. Apenas em meados de março por cerca de 15 dias ficamos em trabalho remoto, depois houve um revezamento no mês de abril, em seguida retornamos aos horários de atendimento.
Adotamos as normas sanitárias vigentes, porém têm sido realizados poucos atendimentos na sede do CREAS, a maioria dos atendimentos tem se dado através de visita domiciliar.
Quais as dificuldades que tem enfrentado para desenvolver o trabalho em tempos de pandemia?
Temos encontrado várias dificuldades. De um lado os usuários que têm o direito de atendimento, por outro lado os profissionais que ficam totalmente expostos. Tenho percebido que a Política de Assistência Social está na linha de frente sendo um trabalho essencial, porém não há e não houve preparo para atuar diante do contexto da pandemia.
Outra dificuldade é a interface com o sistema de garantia de direitos, alguns órgãos como Judiciário e Defensoria Pública continuam no trabalho remoto onde houve aumento de demandas indevidas. Judiciário chegou a solicitar a este CREAS para disponibilizar sala e computador com internet, para que pudessem ser realizadas audiências. Os EPIs não foram disponibilizados de forma suficiente.
Nessa nova realidade, tem alguma estratégia de atuação que você reinventou?
Estamos vivendo um dia de cada vez esse tem sido nosso lema, pois as demandas vão surgindo e diante de cada situação temos uma nova experiência, uma nova conduta, até por conta da especificidade da própria demanda.
Diante desse cenário, quais suas esperanças?
Esperança de que tudo vai passar, porém nossa categoria precisa está fortalecida mais que nunca porque os enfrentamentos serão grandes
Como isso tudo tem te afetado emocionalmente?
Emocionalmente muito cansada e com um medo diário de se contaminar e transmitir o vírus para outras pessoas, mesmos tomando todos os cuidados estamos muito expostos.