Mais de 11 milhões de brasileiras criam seus filhos sozinhas. São mães chefe de família que ainda sofrem com preconceito e falta de uma rede de apoio.
No Dia Internacional da Ação pela Igualdade da Mulher, Evelin Girardello, graduanda em Serviço Social na UFPR Litoral, servidora pública (cozinheira em escola municipal) e mãe de 3 crianças, fala sobre os desafios e preconceitos enfrentados pela maternidade solo.
“Precisamos usar este termo porque o nosso estado civil não está conectado com a nossa condição de mãe. Temos que tirar este preconceito que está atrelado a nós, mães solo. E, na maioria das vezes, isso se dá pelo abandono paterno.
Somos mais de 11 milhões no Brasil que precisamos conciliar trabalho, limpeza da casa, alimentação. E nesse momento de pandemia, com as aulas EaD, a responsabilidade integral de educação das crianças e adolescentes também é nossa. Muitas dessas mulheres se tornam mães solo porque estão saindo de um relacionamento abusivo, uma das características dessas relações. Então todas as pessoas que estão no entorno se afastam. Não fica ninguém, familiares, amigos… ninguém. E quando ela percebe são apenas mãe e filhos.
Como ela faz para trabalhar ou fazer qualquer outra coisa que precise sair de casa se as crianças não têm onde ficar?
Com a pandemia isso ficou ainda mais intenso, sem escolas, sem CEMEIS (Centros Municipais de Educação Infantil)… Então, preste mais atenção nas mães solo que estão ao seu redor. Porque elas vão precisar de uma rede de proteção para que ela e seus filhos mantenham a saúde mental e o vínculo entre eles.”
LEIA TAMBÉM: Na luta pela igualdade de direitos das mulheres não há um minuto de paz