
Em busca de uma nova ordem societária e nova sociabilidade, bem como em defesa da saúde pública ampla para todas/os, as/os Assistentes Sociais se unem nesta segunda-feira (18) aos movimento sociais no Dia Nacional de Luta Antimanicomial. A data faz referência à Reforma Psiquiátrica, que aconteceu na década de 1970, em defesa da mudanças no smodelos de saúde direcionados as/aos pacientes, ofertas de serviços, protagonismo de trabalhadoras/es e usuárias/os do serviço de saúde.
Desde aquela década, os movimentos sociais em defesa da saúde e contra o isolamento de pessoas em hospitais psiquiátricos tem combatido essa prática, comumente baseada no preconceito que cerca a doença. No Brasil, ao passarmos por momentois de negacionismo, retrocessos e obscurantismo, vemos que essas antigas práticas podem retornar, após a publicação da Nota Técnica nº 11/2019 do Ministério da Saúde, com mudanças na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas.
Na época da publicação dessa Nota Técnica, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva classificou essa medida como uma Contra-Reforma Psiquiátrica, “uma vez que a principal instituição que garante a perpetuação do modelo manicomial é recolocada na rede de atenção, a saber, o hospital psiquiátrico ou a “comunidade terapêutica”, instituição manicomial correspondente no atendimento a pessoas em uso problemático de álcool e outras drogas”.
O Brasil teve, em seu passado, episódios de gritante violação aos Direitos Humanos de pacientes internados em hospitais psiquiátricos. Um dos mais conhecidos foi o episódio do Hospital Colônia Barbacena, em Minas Gerais. O local já foi comparado a campos de concentração, com a chegada de pacientes sujeitos a tratamentos com torturas físicas e psicológicas. Uma reportagem da Revista Superinteressante mostra um pouco sobre esse cenário.
Pela defesa intransigente dos Direitos Humanos, o CRESS-PR, gestão “Unidade na Resistência, Ousadia na Luta”, expressa seu total repúdio pelas ações contra os direitos humanos as/aos pacientes que precisam de tratamento psiquiátrico.
Ivone Lara
A memória da atuação de Ivone Lara, uma das primeiras assistentes sociais negras do Brasil, e uma das maiores sambistas do Brasil, visa valorizar as intervenções muitas vezes silenciosas, mas transformadoras, já que Ivone Lara, assim como muitas assistentes sociais que atuaram e atuam com uma ética que respeita a dignidade humana, e promove protagonismo, mesmo onde parece não ser possível.
Ivone Lara trabalhou no Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro durante 30 anos, até se aposentar. Juntamente com a médica Nise da Silveira, revolucionaram o tratamento psiquiátrico no Brasil pela prática cotidiana.