O Movimento Nacional da População de Rua, em conjunto de 47 coletivos, organizações, movimentos sociais e instituições, entre eles o Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR) assina uma carta, que reivindica a adoção de medidas de proteção à população em situação de rua em Curitiba e no Paraná. No documento, publicado no último sábado (21), as entidades reclamam do silêncio dessas duas esferas do poder público para a proteção dessas pessoas, tendo em vista a disseminação da Covid-19.
A carta menciona a fragilidade pela qual sabidamente a população em situação de rua se encontra. Com isso, as entidades reivindicam melhorias no acolhimento e proteção contra a pandemia, para proteger a população. No documento, os coletivos pedem proteção também para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o Sistema único de Assistência Social (SUAS).
Os coletivos reclamam que, “até o presente momento” tanto a prefeitura de Curitiba quanto o governo do Paraná, ainda não apresentaram um plano, “não viabilizando sequer o seu acesso a banheiros públicos suficientes para higienização das mãos, havendo notícias de Centros Pop superlotados e fechados”. A carta lembra que esses espaços, por suas características, propiciam a “proliferação de doenças virais e bacterianas entre a população em situação de rua, pela proximidade dos leitos e pela sua disponibilização de forma rotativa e sem a higienização adequada”.
Entre as medidas solicitadas para o atendimento à população em situação de rua nos centros de acolhimento estão: disponibilização de “álcool em gel 70%, sabão, máscaras faciais de proteção descartáveis e material informativo sobre o Covid-19, além dos itens necessários para a proteção dos profissionais que trabalham nesses lugares (EPIs)”. As entidades ainda reivindicam que os poderes públicos identifiquem “imóveis públicos ou privados ociosos que apresentem infraestrutura adequada à higienização ou possam ser utilizados como moradia temporária, em caráter urgente e imediato”.
O documento ainda solicita que, em locais públicos, haja acesso à água potável, banheiros públicos, pontos de higienização pessoal e fornecimento de alimentação adequada. Também pede o acompanhamento médico de pessoas idosas em situação de rua e acolhimento físico para as pessoas. Confira a íntegra da carta, disponível para download.