Outubro Rosa: Assistente Social fala sobre a importância de seu trabalho em seu tratamento

Roselene Sonda é Assistente Social e passou por dois tratamentos contra câncer de mama. Foto: Arquivo pessoal

O ano de 2004 foi marcante para a vida e a rotina de Roselene Sonda, Assistente Social do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos do Ministério Público do Paraná (MPPR). Naquele ano, após ter duas filhas, ela descobriu um nódulo em uma das mamas. A história de Roselene, conhecida como Lena, de luta contra o câncer está intimamente ligada ao seu trabalho no Serviço Social, que foi importante para superar o momento difícil em sua saúde.

Neste Outubro Rosa, mês de conscientização para a prevenção e o tratamento contra a doença, o CRESS-PR entrevistou a Assistente Social, que contou um pouco dessa história e como o fato de estar a ajudou enquanto fazia o tratamento.

 

Exames preventivos

Na época em que descobriu esse nódulo, Lena trabalhava na área de Saúde do Trabalhador no Ministério Público do Paraná. O nódulo foi detectado com antecedência graças aos exames que ela já fazia com frequência, mesmo antes da doença ser detectada. “Antes de ter qualquer complicação, o nódulo foi detectado, pois quando uma médica com a qual eu consultava entendia que, no meu caso, eu precisava de um pouco mais de cuidado”, explica.

O tratamento com quimioterapia começou, mas ela decidiu continuar em seu trabalho como Assistente Social no MPPR, mesmo com a possibilidade de se afastar para se dedicar aos cuidados com a saúde, caso assim achasse melhor. No trabalho, teve todo o apoio institucional necessário para o tratamento.

“Entendi que o meu trabalho como Assistente Social me ajudou para que eu não ficasse prostrada. Os projetos na área me ajudaram a ficar focada em algo que não fosse a doença, mesmo durante o tratamento. Digamos que em meu trabalho os projetos como Assistente Social ajudaram a entender que, por meio do meu comprometimento com Serviço Social, era melhor não parar de trabalhar. Você compreende a vida, o trabalho e as pessoas de outra forma”, explica.

 

Segundo caso

Após a cura deste caso, Lena continuou com acompanhamento médico e realizando e exames regulares nas mamas. Contudo, a Assistente Social descobriu um novo nódulo no ano de 2008. “Foi considerado um novo câncer, e não uma remissão do primeiro caso. Nesta segunda vez, eu estava trabalhando em um projeto estratégico no MP e entendi mais uma vez que não poderia me afastar. Apesar de o tratamento ter me afetado fisicamente mais, pois era a segunda vez que eu fiz quimioterapia, o trabalho no Serviço Social me ajudou mais uma vez”

Curada dos dois casos, a Assistente Social não se descuida em nenhum momento da saúde, sempre fazendo exames todos os anos. Lena aconselha para que as mulheres não deixem sua saúde de lado e que, em casos de doenças como essas aparecerem, o melhor é sempre buscar atendimento profissional para que haja entendimento sobre a situação.

“As mulheres tem uma tendência a achar que vão ter controle de tudo: da casa, do trabalho, dos filhos, são sempre mais sobrecarregadas historicamente, e quando chega esse momento elas tem um período de negação. Terapia e ajuda profissional, de profissionais de Psicologia é fundamental para que a gente consiga aceitar a doença. É uma questão de aceitar suas emoções”, analisa.

 

Papel da/o Assistente Social

Na opinião de Lena, o trabalho da/o Assistente Social nas instituições em que estão inseridas/os é fundamental no atendimento a mulheres que se encontram nessa situação. O papel da/o profissional, em sua opinião, é principalmente saber se essa mulher está tendo seus direitos preservados em relação ao seu tratamento.

Para ela, é importante fazer as mediações necessárias dentro das unidades de saúde, também em relação à família da paciente e as/os profissionais de saúde. “É fundamental quando detecta uma fragilidade tentar encaminhar para outros profissionais de outras áreas, para lidar com a doença, fazer os encaminhamentos necessários para aquilo que a mulher precisa e garantir o direito dela”, conclui.

 

Outubro Rosa 2019

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo que mais atinge mulheres no Brasil – em torno de 25% de todos os cânceres. No país, estima-se que são 59.700 novos casos de câncer de mama em 2019, um risco estimado de 26 casos para cada 100 mil mulheres.

O CRESS-PR apoia a campanha do Outubro Rosa e abraça essa causa junto com todas/os Assistentes Sociais, em nome da saúde e da qualidade de vida das mulheres.