Sessão Solene na Assembleia Legislativa comemora Dia da/do Assistente Social

 

O Dia da/do Assistente Social – celebrado em 15 de maio – teve mais um ato comemorativo hoje, 22. Desta vez, foi uma Sessão Solene em Comemoração ao Dia da/o Assistente Social, ocorrida no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, uma proposta do deputado estadual, Arilson Chiaroto (PT). Além da homenagem a/o assistente social foi assinado também um termo de Apoio e Cooperação Institucional à população mais vulnerável entre o Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR) e a Coordenadoria do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos do Ministério Público do Paraná.

Ao iniciar a sessão, o deputado Arilson Chiaroto fez uma rápida análise da atual conjuntura política e econômica do Brasil e destacou a sua preocupação com o congelamento dos investimentos na área social provocado pela PEC para os próximos 20 anos. Como também, a precarização dos serviços públicos, benefícios e de programas sociais no país. A pauta hoje, explicou o parlamentar, além de debater, comemorar a data e de fazer uma reflexão profunda desta importante profissão na luta pelo povo paranaense para a diminuição da desigualdade, na fraternidade embutida nas/os profissionais que atendem, principalmente a população excluída e vulnerável. Por isso, todo o nosso empenho para entender como a/o assistente social pode melhorar a vida das pessoas.

Em seguida, foi exibido o vídeo produzido pelo CRESS-PR mostrando o dia a dia da profissão e a importância da/o assistente social na sociedade brasileira. As/os profissionais atuam em diversas áreas e os desafios da profissão são muitos, entre eles: defesa dos direitos humanos, formação de políticas públicas e luta por melhores condições de vida de todos os brasileiros.

 

Cooperação

Olympio de Sá Sotto Maior Neto, procurador do Ministério Público do Paraná e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos elogiou as/os assistentes sociais e disse o quanto admira o trabalho da categoria e também destacou a iniciativa da Assembleia Legislativa em propor a sessão de hoje. Ele iniciou seu pronunciamento citando o poema de Manoel Bandeira, Bicho: “Vi ontem um bicho, na imundície do pátio, catando comida entre os detritos. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato, meu Deus, era um homem”. Segundo o Procurador, esse trecho serve de exemplo para todos que têm compromisso na construção de uma sociedade melhor e mais justa.

Com relação ao Termo de Cooperação com CRESS-PR, Olympio Sotto Maior alegou ter muito orgulho de estar assinando mais um compromisso com a entidade, porque também trata-se de responsabilidade social, política e ética. “Eu sempre digo que as/os assistentes sociais não só são os olhos e coração, como também são a consciência de um regime democrático. São vocês com seu intenso trabalho, que garantem os diretos elementares de parte da população que poderia estar invisível diante ao Ministério Público. Hoje, as/os assistentes sociais são tão importantes que o Departamento do MP do Paraná é comandado por duas colegas vocês”, elogiou o Procurador.

 

Profissão

Joziane Cirilo, presidenta do CRESS-PR, assistente social do INSS, parabenizou os professores da PUC-PR pelos 75 anos do curso de Serviço Social da instituição, grande referência de ensino para todo o Estado, compromisso com uma formação crítica e de qualidade. A dirigente destacou a atuação das/os 12 mil assistentes sociais em diversos setores na sociedade. Segundo ela, o Serviço Social brasileiro se pauta por um projeto de sociedade que tem centralidade, princípios e valores fundamentais e que se orienta pela defesa da liberdade, da democracia e pelo combate de todas as formas de preconceito, discriminação, barbárie e violência.

Entre os princípios profissionais, explica a presidenta, estão a defesa da liberdade, a autonomia, a expansão de indivíduos sociais, e a defesa intransigente dos direitos humanos à recusa do arbítrio e autoritarismo, ampliação e consolidação da cidadania, posicionamento em favor da equidade e da justiça social, empenho na educação contra qualquer tipo de preconceito e a defesa da qualidade dos serviços sociais. Historicamente, as/os assistentes sociais compõem as lutas gerais da classe trabalhadora, e atualmente tem exigido uma participação cada vez maior e qualidade nos movimentos populares.

“A conjuntura revela o avanço do capitalismo contra a classe da trabalhadora e a retirada de direitos como as reformas trabalhista e da Previdência, assim como os cortes nos investimentos sociais”. Para a presidenta do CRESS-PR, em 2019, o Dia da/o Assistente Social está sendo marcado pelos debates com ênfase na conjuntura de ataques aos direitos sociais e de congelamento de recursos para as políticas públicas na área social. “Enfrentar esses ataques exige ações planejadas que promovam o debate sobre as demandas da formação profissional, a qualidade do serviço prestado pelos assistentes sociais e as condições éticas e técnicas para o trabalho dos profissionais”, defendeu.

A estudante Jaqueline Batista Franco Ferreira, representante da ENESSO na ABEPSS, lembrou a importância dos estudantes de Serviço Social em participar das atividades do CRESS para ter um contato mais direto com a profissão e a defesa de uma sociedade mais justa. A estudante criticou também o momento pelo qual passa o sistema educacional brasileiro, principalmente com o anúncio do Governo Federal em cortar verbas das universidades e escolas técnicas profissionais. A estudante criticou também os retrocessos e os direitos sociais.

Já Jucimeri Isolda Silveira, conselheira do CRESS-PR e professora da PUC-PR, em sua análise, lembrou a atuação da categoria nos mais diversos setores da sociedade. Ela falou também da intensidade dos debates que as/os assistentes sociais têm promovido sobre todos os problemas da sociedade e legislação. “Temos essa missão histórica de fortalecer as lutas sociais, atuando na elaboração de projetos, gestão social pública, formação democrática, organização e fortificação das agendas dos movimentos sociais, entres outras”.

De acordo com a professora, as assistentes sociais têm um papel muito importante na defesa dos direitos de explicitar e denunciar essas contradições, e de construir, sobretudo, na aliança com a população usuária, com os movimentos sociais, com as organizações de direitos humanos, com órgãos de defesa dos direitos, laços fortes para enfrentar esse processo de avanço do conservadorismo, do fascismo e que nos coloca ao mesmo tempo, o desafio da resistência, da reinvenção, da luta por direitos humanos, por uma nova sociedade”, defendei a conselheira do CRESS-PR.

Na opinião de Márcia Helena Carvalho Lopes, ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Governo Lula e representante da Frente Nacional em Defesa do Sistema Único de Saúde e da Seguridade Social, no atual momento de cortes às políticas públicas na área social, o profissional de serviço social não pode admitir que nenhum direito seja retirado dos brasileiros. “É muito importante encontrar no serviço social essa disposição de luta; não podemos num momento como este, pensar em recuar”. Para ela, um passo para frente é um sinal de capacidade, de esperança e de luta. Segundo ela, os brasileiros querem mais do que já conquistaram e que não vão aceitar mais retrocessos e enfraquecimento das políticas sociais como a reforma da Previdência.

A vice-presidenta do CRESS-PR, Elza Campos e coordenadora da Câmara Temática de Ética e Direitos Humanos, ressaltou a orientação da professora, militante e filósofa Ângela Davis que analisa uma ação concreta de negros e negras por ângulo interseccional, ou seja, que junta o racismo, o capitalismo e o sexismo como condições nas relações humanas, responsáveis por gerar formas combinadas de opressão e desigualdade. Elza Campos defende que o CRESS-PR, assuma seu compromisso de projeto ético- político profissional, lembrando que muitas/os de nossas/os usuárias/os são mulheres e mulheres negras e pobres. Por isso, a intervenção do Serviço Social exige um olhar voltado às questões de classe, de raça e gênero

Maria Izabel Sheidt Pires, coordenadora do curso de Serviço Social da PUC-PR, fez um breve relato sobre os 75 anos do curso de Serviço Social da PUC-PR, um dos mais antigos do país. O curso criado em 27 de maio de 1944, foi incorporado à Universidade Católica em 1969, após os primeiros protestos estudantis em 1968. Até então, o curso era ligado a uma congregação Católica. Maria Izabel, juntamente com a presidenta do CREES-PR, Joziane Cirilo e Jucimeri Isolda Silveira, conselheira do CRESS-PR e professora da PUC-PR, foram homenageadas durante a sessão solene, presidida pelo deputado Arilson Chiarato.

 

Fotos: Dálie Felberg/Alep e Três Criativos.

 

Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.