Sarita Amaro socializa seu conhecimento durante Rodas de Conversa com assistentes sociais no CRESS PR

Uma das maiores autoridades do Serviço Social do país, com mais de 40 livros publicados nas áreas da infância, da igualdade racial e do feminismo, a professora, doutora e escritora Sarita Amaro esteve ontem, 28/11, no CRESS PR para duas rodas de conversa com as Assistentes Sociais do estado. A primeira teve o tema “Visitas domiciliares: importância, especificidades e considerações críticas”. A segunda abordou os desafios contemporâneos e as pautas urgentes do Serviço Social.

Os dois bate-papos duraram cerca de três horas e foram transmitidos ao vivo pelo Facebook, na página no CRESS PR. Com uma larga experiência na área, Sarita falou sobre sua vivência em Serviço Social nos diversos atendimentos que realizou ao longo da carreira:

“Nas visitas domiciliares, a(o) assistente social tem o dever de mostrar para a pessoa que está lá com um objetivo claro. Falar para a pessoa, ‘olha, nós temos duas horas de tempo hábil para conversar sobre a sua situação, se tiver algum familiar pode trazer junto também’. O profissional tem que ganhar a confiança da pessoa, fazê-la se sentir à vontade para falar sobre seus problemas. Mas isso sem ultrapassar os limites da intimidade. Nessas ocasiões, conversas sobre assuntos paralelos ajudam a deixar o ambiente mais leve, mas é preciso não perder o foco no objetivo, dizer para a pessoa ‘então, voltando ao assunto do atendimento’, e a partir daí prosseguir.”

Sarita falou também sobre a necessidade do profissional do Serviço Social se adaptar rapidamente aos ambientes em que realiza os atendimentos. “Você, às vezes, se depara com uma situação de atendimento no meio do tráfico, por exemplo. Você não pode ter medo disso. Ou então em um local que tenham pessoas com HIV. Resumindo, não se pode ter medo de pessoas. Isso é essencial na nossa profissão”, afirma Sarita.

Sobre ética profissional, a professora falou que ela precisa ser “corporificada” pela(o) Assistente Social. “Nós não somos um livro de ética profissional, nós somos a atitude. A atitude ética tem que ser corporificada, não uma palavra. Quem tem a coerência com a atitude, não precisa revisitar artigos para saber se é ou não é. A pessoa é coerente por si só.”

Em sua palestra, Sarita disse ainda que a atual conjuntura do Brasil exige uma mobilização permanente dos movimentos sociais, no sentido de resistir aos ataques contra a população negra, LGBT, e pela manutenção de direitos. “A pauta contra o racismo é urgente, contra o preconceito de gênero e orientação sexual, também. Infelizmente essas pautas entram muito tardiamente na nossa discussão. Enquanto profissionais, temos que nos posicionar contra essas posturas, tomar atitudes”.

Clique nos links abaixo para assistir às Rodas de Conversa com Sarita Amaro:

 

Visitas domiciliares: importância, especificidades e considerações críticas:

 

https://www.facebook.com/cresspr/videos/1113705078807676/

 

https://www.facebook.com/cresspr/videos/761179187548300/

Desafios contemporâneos – pautas urgentes:

Confira as fotos: