Artigo: combate ao racismo

Precisamos combater o racismo para que nós sejamos tratadas/os como cidadã/ãos. Será que existe alguma forma de se conseguir mudar essa realidade que mata, agride e nos oprime todos os dias? Será que existe a imagem ideal de uma pessoa para vivermos em sociedade? A mídia diz que sim!  A imagem ideal para muitos é aquela imagem da pessoa branca, de olhos verdes ou azuis. Cabelos loiros, lisos, etc, etc e etc…. pensem como é viver em uma sociedade sendo o oposto desse perfil…

Na história do Brasil, a escravidão perdurou por 338 anos.  Exatos 130 anos após a abolição da escravatura, ainda carregamos as marcas do período escravista. Eu pergunto, até quando vamos morrer? Racismo é crime e tem que ser denunciado! Do ponto de vista analítico, mesmo que os casos de racismo fossem denunciados e o sistema judiciário desse conta de punir aqueles que cometem o racismo, não seria suficiente. Precisamos é combater o racismo, através de conscientização.

Não podemos mascarar a realidade dessa guerra que existe contra a população negra. Os dados mostram que a cada dia jovens negros morrem, mulheres negras são fortemente violentadas e mortas. Os/As trabalhadores/as negros/as continuam recebendo salários inferiores aos dos brancos que executam a mesma função. Os números de negros/as presentes em  universidades, mesmo com a política de cotas, continuam sendo muito inferiores aos números de brancos. Sabemos que em algumas regiões do país, o povo preto é o que mais reside em regiões periféricas, com pouco ou nenhum acesso à saúde, educação, trabalho e outros.

Nessas regiões, quando um jovem negro sai de casa, seja para trabalhar ou estudar, as mães ficam preocupadas. Elas sabem que a própria polícia, em áreas periféricas, mata e usa a estrutura de poder que é secular, para mascarar a violência. Com isso, as mães continuam chorando as mortes de seus filhos/as.

O racismo é estrutural na sociedade, haja vista que a sociedade brasileira traz em sua história a marca do escravismo, que perdurou por quase quatro séculos. Mesmo que tenha ocorrido a abolição da escravatura que perdurou por 338 anos, nós somos que somos descendentes de escravos e vivemos em um país miscigenado, onde negros, brancos e índios convivem em sociedade. Entretanto, muita gente não sabe lidar com a ideia que não tem como valorizar ou não uma pessoa pela cor da pele. Após 130 anos da data de “abolição”, o racismo ainda é muito presente no cotidiano da população negra, se materializando através das relações sociais e do próprio Estado. Atualmente o racismo é crime, mas o judiciário não dá conta de punir os cidadãos, por isso é preciso ter consciência. Não podemos mascarar a guerra posta contra a população negra, com o propósito de extermínio de nossa população de nossa história.

Até quando teremos de fazer o enfrentamento do racismo? Penso que o conhecimento histórico sobre os períodos que compõem a nossa história, a parte cultural que inclui as religiões de matrizes africanas, o samba, o carnaval, a capoeira e uma infinidade de atividades culturais, como filmes, músicas e outros que possam auxiliar na multiplicação do conhecimento de parte de nossa história diante da segregação racial.

As pessoas precisam entender que a cor da pele não pode ser motivo de preconceito e discriminação. Ainda somos exageradamente discriminados e pedimos socorro!

Continuamos na luta por uma sociedade sem racismo, na luta por liberdade.

Conselheira Tatiana de F. Santos