Pleno ampliado debate planejamento 2019/20 e propostas de ação

Foto: Marcia Boroski

 

No dia 19 de outubro, o CRESS-PR organizou o Pleno Ampliado de Planejamento, em Curitiba, evento que reuniu conselheiras/os, representantes da Gestão, dos Nucress e das Câmaras Temáticas (CT) e trabalhadoras/res, vindos da capital e do interior, para discutir as ações a serem desenvolvidas em 2019/20. A programação contou com um evento de formação, pela manhã, e com grupos de discussão sobre propostas de planejamento, à tarde.

De acordo com a vice-presidenta, o tema abordado tem relevância central considerando necessidade de uma reflexão acerca das determinações do capital sobre a conjuntura em que se deu a construção da profissão destacando os elementos que fundam a profissão o trabalho e a questão social como categorias centrais de análise. Assim, disse Elza Campos: “É preciso refletir para apreender a realidade na qual nos inserimos enquanto profissionais”.

Esta edição do Pleno Ampliado trouxe, também, uma novidade para a organização da categoria. A Coordenadora Técnica, Elda Corrêa, apresentou um levantamento das propostas já executadas e quais ainda estão abertas, cruzando custos e previsões, a partir do planejamento trienal.

 

Projeto de formação

A atividade de formação, proposta pelo CRESS-PR às/aos Assistentes Sociais dos NUCRESS, pela manhã, contou com a presença do professor de Filosofia da Universidade Federal do Paraná, Emmanuel José Appel, que discorreu sobre “Marxismo e a Teoria da Dependência na América Latina”.

A vice-presidenta do CRESS-PR relatou que o professor iniciou sua fala dizendo que estudar o marxismo é um convite para enfrentar a perplexidade do conhecimento. O palestrante fez uma importante e profunda explanação sobre a vida de Marx, sua luta politica e teórica e a construção do método que chamamos de marxista. Appel comentou que Karl Marx levou a cabo uma imensa revolução no pensamento humano, mudando, portanto, o curso da história.

O filósofo disse que as descobertas de Marx no campo da filosofia, da história e da economia política, se erguem como colossais monumentos em seu nome. Ainda que o trabalho de sua vida tivesse começado e terminado com o primeiro volume de “O Capital”, já teria sido por si só uma imensa conquista. Mas Marx não era apenas um pensador; ele era um homem de ação, um revolucionário que dedicou sua vida inteira à luta pela causa da classe trabalhadora e pelo socialismo.

O professor também destacou o papel da Revolução Francesa e da Revolução Russa para os novos caminhos da humanidade, evidenciando que a Teoria da Dependência se insere dentro do sistema internacional de relações de força e poder. Evidenciou que há obviedade histórica; uma tentativa de nova versão do modelo neocolonial, já descrito e conhecido desde o século XlX quando, então, o sistema político das nações hegemônicas impôs às ex-colônias um novo modelo sócio-econômico e político de exploração, em nome do liberalismo.

Para Fabíola Damas, do Nucress de Jacarezinho, a formação foi muito interessante e bastante clara. “O tema nos influencia diretamente e dá subsídios para nosso trabalho”, afirmou.

De acordo com a vice-presidenta, a temática tem uma inserção central no trabalho do Assistente Social pois, a profissão pode ser pensada por meio de dois eixos: o exercício do trabalho e as expressões das questões sociais – que se aprofundam com o avanço do capitalismo. Assim, disse Elza Campos: “É preciso capacitar para apreender a realidade na qual nos inserimos enquanto profissionais”.

Para a Assistente Social e representante do NUCRESS de Foz do Iguaçu, Patrícia de Oliveira dos Santos, a formação foi muito qualificada e agora há o compromisso em fazer chegar tais ideias à base. “Precisamos desenvolver uma metodologia de como levar isso para a base, com objetivo de possibilitar uma leitura da realidade sem equívocos”, analisou.

Ela também destacou que o palestrante proporcionou reflexões para repensar aspectos do próprio marxismo e possibilidades de interpretação da cena política, com o possível desmonte da democracia. Nesse sentido, o principal desafio é a mobilização unificada, que exige fortalecimento da base e capacidade de leitura dessa mesma base sobre o que se faz no atendimento à população – mesmo num cenário de sucateamento das condições do atendimento. “É importante lembrar que nossa profissão é interventiva”, disse.

A Conselheira Marcia Terezinha Oliveira destacou a participação atenta da plateia e a qualidade da fala professor palestrante, que proporcionou reflexões significativas para a nossa atuação política, com exemplos do nosso cenário atual de processo político-eleitoral. “Retomamos alguns conceitos-base para a categoria, como o conceito de capitalismo e o que ele traz de destruição para a nossa sociedade. Nós, como classe trabalhadora, temos que nos organizar, nos fortalecer, nos capacitar, manter um olhar atento. Sobretudo, quando estamos em risco de perder direitos sociais e humanos” analisou. A conselheira também enfatizou que a formação permitiu pensar instrumentos e estratégias de resistência e demonstrou a necessidade de organização de base e formação política da categoria, visando o fortalecimento e reconhecimento da classe trabalhadora.

 

Foto: Marcia Boroski
Planejamento e grupos de discussão

O Conjunto CFESS/CRESS tem solicitado aos conselhos atenção ao planejamento para garantir a execução das propostas aprovadas nos encontros nacionais. No caso do CRESS-PR, tais propostas juntam-se às demandas das Câmaras Temáticas, dos eixos estratégicos firmados pela Gestão, em 2017, e dos NUCRESS.

Tendo isso em vista, no período da tarde, Elda Corrêa, Coordenadora Técnica, apresentou o levantamento que reuniu as deliberações do 47º Encontro Nacional, as propostas de atividades dos Nucress e as do plano de gestão. O documento é um relatório qualitativo das ações, apontando especialmente aquilo que não se fez, com foco no desenvolvimento de ações que de fato sejam previstas, visando a otimização de recursos.

Nesta tarde, também foram organizados cinco grupos que, a partir das indicações dos NUCRESS, das Comissões e Câmaras Temáticas, e estimulados pelo levantamento, discutiram as propostas de planejamento. Esses grupos estavam alinhados ao plano da gestão ‘Tempo de Resistir, Nenhum Direito a Menos’, que se organiza em cinco eixos estratégicos. São eles: Defesa e Valorização da Profissão, Formação Profissional de Qualidade, Seguridade Social Universal, Ampliada Democrática, Ética, Direitos Humanos e Lutas Emancipatórias e Democracia e Gestão participativa do CRESS-PR.

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