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O CRESS-PR esteve presente durante esta semana em atos em Curitiba que marcaram o 8 de Março – Dia Internacional de Luta das Mulheres. A participação nestes atos é uma forma de reforçar o projeto ético-político do Serviço Social, em defesa de lutas coletivas que tenham como norte a construção de uma nova ordem societária sem dominação e exploração de classe, raça/etnia e gênero.
“É preciso avançar em polı́ticas na perspectiva de gênero em sua totalidade, para que se transforme a realidade social das mulheres e se enfrente a desigualdade de gênero”, afirmam as conselheiras Elza Campos e Tamíres Oliveira no informativo CRESS-PR em movimento lançado no 8 de março.
Jornada de lutas pelo combate à violência contra as mulheres do campo
Assessora do CRESS-PR Sara Cavalcanti com coordenadoras do MST
Mulheres trabalhadoras rurais de todas as regiões do Brasil estiveram mobilizadas em torno dos atos do 8 de março nesta semana. Em Curitiba, o CRESS-PR esteve presente na Audiência Pública na Assembleia Legislativa sobre violência contra a mulher no campo realizada na terça-feira, dia 6/03. Neste dia, mulheres camponesas ocuparam as galerias, o plenário e a tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná.
Entre os principais objetivos da Audiência, apontados pelas participantes do CRESS-PR, estava a organização das mulheres para enfrentamento ao golpe e ao aprofundamento da crise do capital que na sua fase mais intensa tira os direitos sociais, conduz a superexploracão do trabalho e apropriação dos bens naturais.
Também foram pautas da audiência o corte nos orçamentos e as reformas conservadoras que aumentaram o índice da pobreza, afetando de forma mais cruel os/as trabalhadoras do campo.
Kelly Manfort, da Coordenação Nacional do MST, participou da mesa da Audiência Pública e afirmou que as opressões que as mulheres enfrentam no campo foram originadas já na formação colonial do Brasil, com 300 anos de escravidão africana e indígena. “Por isso a nossa luta é contra o machismo e contra o racismo, dois pilares que operam na base da sociedade para violentar as mulheres”, afirmou.
No dia 7 de março cerca de mil trabalhadoras rurais de diversas regiões do estado marcharam pelo Centro da capital paranaense para reivindicar a reforma agrária e o fim da violência contra as mulheres.
Dia 08/03 – Marcha das mulheres
O CRESS-PR esteve nas ruas de Curitiba para o ato do 8 de março por ‘mais direitos e nenhum retrocesso’. A manifestação iniciou na Praça 19 de Dezembro – Praça da Mulher Nua, e finalizou na Boca Maldita, contando com cerca de 3 mil pessoas. A marcha foi composta por cinco atos em diferentes pontos do trajeto, com intervenções artísticas para destacar as várias formas de violência que as mulheres sofrem. No último ato da caminhada, foram destacadas a condição das mulheres enquanto trabalhadoras e os retrocessos das leis trabalhistas durante o governo de Michel Temer.
Participar destes atos e manifestar-se em favor das lutas por mais direitos para mulheres é fundamental. Nas últimas décadas, muito se avançou em polı́ticas públicas que tê m como público preferencial as mulheres, mas que reforçam o papel socialmente atribuı́do a mulher – maternidade, cuidado, responsabilidades familiares. Se avançou, também, em polı́ticas públicas e legislações pela não violência contra as mulheres, mas não houve transversalidade com a oportunização de condições amplas de superação das desigualdades de gênero que é o que estruturam o poder do homem sobre a mulher, permitindo a manutenção do ciclo violência.
Chamamos nossa categoria profissional, que nunca fugiu à luta, para continuar se manifestando contra todas as expressões do racismo, do capitalismo e do patriarcado em defesa dos direitos sociais do conjunto das mulheres e da classe trabalhadora.
Confira também o Informativo CRESS-PR em Movimento: Assistentes Sociais e o 8 de março
Texto produzido com informações de Jornal Brasil de Fato.
