No evento também foram discutidos os desafios para assistentes sociais frente ao desmonte do Serviço Social no INSS
A reforma da Previdência Social, que está em discussão no Congresso Nacional, foi tema de um debate que aconteceu nesta segunda-feira, dia 8 de maio, na UTFPR. O encontro foi promovido pela Comissão Estadual de Assistentes Sociais do INSS e pelo CRESS-PR, por meio da Câmara Temática de Previdência Social.
A Plenária em Defesa da Previdência Social contou com as presenças de Ramon Bentivenha, formado em Direito e Filosofia com especialização em Direito Administrativo, Reginaldo Miguel de Lima Vileirine, Assistente Social do INSS formado em Serviço Social pela UEPG, e Tatiane Martins, do programa de Reabilitação Profissional do INSS, da gerência de Cascavel. O conselheiro Augusto Luiz de Lima esteve na mesa de abertura representando o CRESS-PR.
Tatiane ressaltou a relevância do programa de reabilitação e de como é importante que se mantenha o trabalho multiprofissional para permitir a reabilitação de profissionais no mercado de trabalho, programa este que está ameaçado agora com a proposta da contrarreforma da Previdência.
Na avaliação de Ramon Bentivenha, o que está em curso é “um processo de reformas não apenas pontuais, mas é uma reforma de Estado – um projeto que nem ao menos teve crivo das urnas”.
Para o assistente social Reginaldo Vileirine, desde o início do atual governo estamos vivendo um período de ameaças, já que logo em seus primeiros dias foi extinto o Ministério da Previdência Social. O que está acontecendo agora é o mesmo que já ocorreu com a Saúde e a Educação, que é gerar o medo a partir da crise para que a população migre para as propostas privadas – como são os planos de saúde, as escolas particulares e agora a tendência da previdência privada.
Os principais desafios para a categoria neste contexto, de acordo com Reginaldo, são: capacidade da/o profissional de analisar a realidade e compreender os impactos da contrarreforma no trabalho cotidiano; necessidade de profissional preparada/o para propor e negociar com a instituição alternativas de trabalho e defender o projeto ético-político do Serviço Social; dentro do INSS defender a avaliação da deficiência num modelo multiprofissional que leve em conta o ambiente social onde as pessoas vivem; resistir para a saída de outros setores e outras atividades profissionais; e usar os espaços de reuniões técnicas e organização dentro da instituição para autocapacitação e fortalecimento da categoria.
Ainda segundo Reginaldo, há um desafio ainda maior de lutar enquanto categoria profissional, se reunir com outras categorias e entender que a reforma da previdência tem um impacto tanto na vida profissional quanto na vida de outras pessoas. “Não tem como lutar sozinho, porque lutar sozinho é uma guerra perdida. Se você luta conjuntamente e se associa a outras pessoas tem como tirar disso um resultado muito melhor de assegurar nossos direitos”, afirmou.