Uma das bandeiras de luta do Serviço Social, contidas no documento aprovado no 44° Encontro Nacional CFESS-CRESS, nos coloca o dever de “manifestar-se, sempre que necessário, contra a violação de direitos humanos em âmbito nacional e internacional”.
Desta maneira, o CRESS-PR manifesta profundo repúdio ao atentado cometido pela Polícia Militar do Paraná e por “seguranças privados” da empresa Araupel na tarde desta quinta-feira, dia 7 de abril, que resultou nas mortes dos trabalhadores rurais Vilmar Bordim, 44 anos, casado, pai de três filhos e Leomar Bhorbak, de 25 anos, que deixa esposa grávida de nove meses. Ao menos sete pessoas ficaram feridas durante o ataque.
A ação se deu contra trabalhadores rurais do acampamento Dom Tomás Balduíno, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que fica em Quedas do Iguaçu, região centro do Paraná. O acampamento, onde vivem aproximadamente 1.500 famílias, está localizado em uma área pertencente à União que foi grilada pela Araupel. A Justiça Federal declarou, em função da grilagem, que as terras são públicas e devem ser destinadas para a reforma agrária.
Lamentamos que mesmo após a violência sem precedentes cometida contra servidoras/es públicos e estudantes do Paraná no ano passado, no que ficou conhecido como o “Massacre de 29 de Abril”, o Governo do Estado continue agindo de forma truculenta e violando sistematicamente os direitos humanos.
O CRESS-PR presta sua solidariedade às famílias dos trabalhadores mortos e feridos e seu apoio à luta de todas e todos os trabalhadores do campo na defesa dos direitos. Exige, ainda, do poder público a imediata investigação dos fatos e a punição para os culpados pelos crimes cometidos.