Conferência Livre do litoral contou com participação do CRESS-PR

Sob a coordenação do coletivo Águas de Março, a Conferência Livre Regional de Direitos Humanos – Um Olhar Caiçara mobilizou cerca de cem participantes, que durante os dias 12 e 13 de dezembro fizeram discussões e proposições sobre as demandas que afetam a vida de milhares de pessoas no litoral paranaense.

O evento possibilitou às/aos participantes refletirem sobre as demandas locais e regionais, bem como elaborar proposições. “A conferência mostrou que o povo caiçara é solidário, com grande capacidade mobilizadora e disposto a fazer o enfrentamento das situações de violações de direitos humanos de forma coletiva”, avalia Renária Moura, conselheira do CRESS-PR e membro do Conselho Permanente de Direitos Humanos do Paraná (COPEDH/PR).

Um dos grandes destaques da Conferência foi o fato de ter sido uma iniciativa popular, que contou com o protagonismo do Coletivo Águas de Março. Além do CRESS-PR, que fez parte da organização da Conferência, a iniciativa teve apoio da APP-Sindicato, do Coletivo Caiporâ, da Cooperativa Motirô, do Instituto Federal do Paraná, do MST – Antonina, do Programa de Desenvolvimento Urbano e Regional – PDUR-UFPR, do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná – SENGE, do Sindisaúde, da Terra de Direitos e da Universidade Federal do Paraná – Setor Litoral.

A conferência representou um momento muito importante para o povo caiçara, já que mobilizou e reuniu representantes de Matinhos, Guaratuba, Morretes, Paranaguá, Ilha do Mel e Guaraqueçaba.

No primeiro dia, a metodologia participativa adotada para a condução dos trabalhos, possibilitou às delegações realizar o levantamento dos problemas. E por meio de rodas de conversas os/as delegados/as, numa perspectiva intersetorial e transversal, falaram sobre as situações de violações de direitos humanos presentes em seus territórios.

No segundo dia, a partir das informações levantadas no dia anterior, as delegações elaboraram uma plataforma de propostas a ser encaminhada para as conferências Estadual e Nacional. Também tiraram moções de repúdio, denunciando situações de violação de direitos humanos que afetam o povo caiçara, sobretudo aqueles que vivem nas ilhas do litoral paranaense.

A perda da identidade cultural do povo caiçara e a ausência de políticas públicas intersetorias nas dimensões ambiental, urbana e rural foi o ponto alto dos debates e das proposições.