CRESS-PR participa de jornada que discutiu a violência contra a mulher

O CRESS-PR esteve presente na 1ª Jornada Nacional Mulher Viver Sem Violência, realizada nos dias 23 a 25 de novembro em Curitiba. Organizado pela a Universidade Positivo (UP), em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba, Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Núcleo de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), o evento debateu as formas de violência contra as mulheres e promoveu uma reflexão sobre a erradicação das desigualdades de gênero na sociedade.

A abertura do encontro, no dia 23, foi marcada pela fala contundente de Maria da Penha, vítima de violência doméstica que lutou por anos para ver o seu ex-marido e agressor preso. Sua luta resultou na criação da lei que leva seu nome e cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

Alvo de diversas tentativas de assassinato por parte de seu ex-companheiro, Maria da Penha chegou a perder o movimento das pernas, ficando dependente do uso de cadeira de rodas. Mas não parou até a lei entrar em vigor a lei, fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada com um crime de menor potencial ofensivo.

No dia 25, o painel “Perspectivas para uma cultura de não violência contra as mulheres” trouxe como palestrante a antropóloga argentina Rita Laura Segato, professora do Departamento de Saúde Coletiva da UNB. Rita enfatizou que as pessoas têm uma visão romantizada da violência doméstica, como se fosse resultado apenas de uma relação entre o casal, quando, na verdade, a violência contra a mulher tem uma relação com todo o contexto social.

No painel “Sobre humanos e outros animais: Construindo subjetividades e práticas não violentas”, a assistente social, representante da União Brasileira de Mulheres (UBM) e vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Curitiba, Elza Campos, falou sobre o avanço conservadorismo, que ameaça e viola direitos. Elza também apontou que o contexto de  violência é resultado do efeito do capitalismo na sociedade e afirmou que a principal vítima deste sistema é a mulher.

A conselheira do CRESS-PR, Vera Lúcia Armstrong, que esteve na Jornada, avaliou como muito positiva a participação de um número expressivo de assistentes sociais no evento.