Durante os dias 11 e 12 de junho, o CRESS/PR participou do Seminário Nacional ‘Serviço Social e Diversidade Trans: exercício profissional, orientação sexual e identidade de gênero em debate’. Organizado pelo CFESS e CRESS/SP, o evento discutiu o papel do/a assistente social na garantia do acesso aos direitos por mulheres transexuais, travestis e homens trans. Durante os dois dias de evento, estiveram presentes representantes de movimentos sociais, estudantes, professores, profissionais do Serviço Social e de outras categorias.
Assistente social no Departamento de Direitos Humanos e Cidadania do Estado do Paraná, Kelly Vasconcellos esteve no evento e afirma ter sido histórica a iniciativa do CFESS e do CRESS/SP. “O Serviço Social já discute há algum tempo a questão LGBT, mas é a primeira vez que acontece um evento com a especificidade da população trans”. Kelly destaca a necessidade cada vez maior de preparo dos/as assistentes sociais para lidar com a diversidade no atendimento. “Acredito que para uma boa parte dos/as profissionais presentes tenha sido o primeiro contato com o tema da Diversidade Trans e o Serviço Social”, conta a assistente social.
O/a assistente social como ferramenta de superação do processo de alienação e de exclusão da população trans orientou a fala dos seminaristas, que afirmaram ser um dever do/a profissional do Serviço Social a luta contra o machismo, contra a heteronormatividade, contra o patriarcado estrutural e o histórico da sociedade brasileira.
A normatização dentro da diversidade Trans também foi tema no Seminário, que discutiu a grande exigência da mudança de sexo para o processo de reconhecimento da identidade. Os palestrantes e expositores defenderam que a pessoa deve ter direito de se autodefinir como ela própria se vê, não devendo ser controlada pela normatização da cirurgia de mudança de sexo.
O Seminário Nacional “Serviço Social e Diversidade Trans”, além de trazer ricos debates, priorizou a contratação de trabalhadores e trabalhadoras trans na equipe que deu apoio durante todo o evento, no sentido de valorizar a população trans, abrir espaço de trabalho e lhes dar visibilidade. “Essa foi uma iniciativa muito importante, que se difere da organização de evento por outros conselhos. Já notamos essa preocupação pela inclusão desde o começo”, conta. Ainda, na organização do seminário, homens trans, mulheres transexuais e travestis puderam contribuir na elaboração das mesas, debates e programação.
Para a vice-presidente do CFESS, Esther Lemos, que esteve na mesa de encerramento, o evento foi um marco histórico para o Conjunto CFESS-CRESS e para o Serviço Social brasileiro, que, a partir da deliberação do 43º Encontro Nacional, “mais uma vez ousou realizar um seminário aberto, gratuito e participativo, oportunizando o acúmulo e a socialização do conhecimento produzido e da intervenção profissional comprometida com os direitos da população LBGT”.
*Com informações do CFESS