Nota sobre os atos de covardia na ALEP

crédito/Gazeta do Povo
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O CRESS/PR publicou hoje cedo em seu site e página no facebook nota de repúdio aos atos arbitrários e repressivos do governo do Estado do Paraná para impedir a manifestação democrática de servidores do estado, estudantes e demais manifestantes que são contrários às mudanças no fundo de previdência dos servidores estaduais!

No período da tarde de hoje deflagrou-se uma situação de violência policial contra a população presente na manifestação. Policiais usaram bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, jatos de água e atacaram de forma truculenta a população.

Presente no ato, a conselheira do CRESS/PR Renária já comentava que o bloqueio à Assembleia e o fato do governo conseguir uma liminar impedindo a entrada do povo na Assembleia revelava um estado de exceção. “Vai contra o que nossa constituição prevê. O direito à democracia está sendo violado”, disse a conselheira Renária Moura.

Após o ataque policial, a palavra que resume o que aconteceu para a conselheira é “covardia”. “Eles atiraram bombas nas barracas. Está sendo horrível. Foi a polícia que aparentemente iniciou. Eles estavam preparados para reprimir e o ataque está sendo covarde”

Atitudes contra a democracia – violência premeditada

A conselheira Fernanda Camargo também presente no ato comentou: “O projeto que altera o Fundo Previdenciário precisaria ser amplamente debatido com a população mas não é isso o que ocorreu. A manifestação dos servidores é legítima. Mas ainda mais grave foi o posicionamento arbitrário do governo, cometendo esses excessos da polícia, revelando uma afronta ao estado democrático, impedindo os direitos da população de se manifestar “, disse a conselheira Fernanda Camargo.

Antes mesmo de deflagrar a violência policial, já era nítido o preparo da polícia para o confronto. “Parecem estar preparados para a guerra”, comentava a conselheira Daniela Möller antes dos ataques ocorridos. O relato dela era comum aos de muitos manifestantes presentes, que estranhavam a quantidade de policiais, o posicionamento deles, o armamento, a truculência ao realizar os bloqueios. “Eles estão nitidamente preparados para o confronto, para agir em repressão”, comentou Daniela, antes do início do tumulto.

Diversos/as assistentes sociais estavam presentes nos arredores da Assembleia. “Estiveram presentes diversos assistentes sociais que se organizaram junto aos seus sindicados de ramo, mas vale ressaltar que independente da presença dos sindicatos a categoria deve estar presente nas manifestações a favor da democracia, pois o Serviço Social é uma profissão que tem um direcionamento político”. A fala é complementada por Renária, que comentou que independente de comunicados ou posicionamentos expressos pelo Conselho, na formação do/a Assistente Social há o claro compromisso com os valores da democracia e isso dá legitimidade para este/a profissional estar nas manifestações.

A assistente social Elza Campos que também esteve na manifestação comentava antes da ação policial que já considerava uma vergonha ter tantos policias fora de suas funções. De acordo com ela, “a Secretaria de Segurança Pública está deixando vulnerável grande parcela da população, enquanto mantém grande quantidade de policiais aqui se preparando para reprimir educadores e trabalhadores que tentam lutar por seus direitos”.

O SAMU divulgou que 150 pessoas ficaram feridas nas manifestações, oito em estado mais grave devido a balas de borracha e mordidas dos cachorros policiais.

O CRESS/PR manifesta seu repúdio aos atos de violência unilateral, entendendo que esta violência foi premeditada pelo governo do estado e reitera que o que aconteceu hoje foi um ataque à democracia.

 

Assistentes sociais na manifestação- fotos tiradas antes da ação violenta da polícia, que resultou em aproximadamente 150 manifestantes feridos, segundo o SAMU.