Dia 21 de março: Luta pela Eliminação da Discriminação Racial

O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial é celebrado todo dia 21 de março, desde 1976. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em referência ao Massacre de Sharpeville, ocorrido na mesma data em 1960.

O massacre aconteceu em Joanesburgo, na África do Sul, quando 20.000 pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Mesmo a manifestação sendo pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.

A data remete à forte pressão dos movimentos de luta contra o racismo do mundo todo.

No Brasil também comemoramos este dia. Uma importante ação feita no país nesta mesma data foi a promulgação da Lei 10.639/2003, que institui o ensino da cultura e da história da África na grade curricular das escolas.

O racismo ainda é muito presente em nossa sociedade e o dia 21 serve principalmente para lembrar que a mobilização contra a discriminação racial não pode parar. A luta contra o racismo é diária e precisa mudar uma realidade bastante triste que acompanha a população negra no Brasil.

Segundo dados do Mapa da Violência referentes a 2012, em todo o país, sete jovens são mortos a cada duas horas. São 82 jovens mortos por dia, 30 mil por ano, todos com idades de 15 a 29 anos. Entre os jovens assassinados, 77% são negros (somando aqui os pretos e pardos, pelos critérios do IBGE).

Em dez anos, de 2002 a 2012, os homicídios de jovens negros cresceram 32,4%; os de jovens brancos, 32,3%. Considerando a relação com a população, entre jovens negros a taxa de homicídios por cem mil habitantes cresceu 6,5%; entre jovens brancos caiu 28,6%.

Os dados revelam um dos vários pontos em que se evidencia a violação de direitos com base na discriminação racial. O CRESS/PR, junto com movimentos sociais, combate esta discriminação. O Serviço Social luta contra todas as formas de discriminação e tem compromisso com a liberdade e a justiça social, sendo esses valores direcionadores do Projeto ético-político profissional, explícitos no Código de Ética da profissão.

Por isso, a construção de estratégias coletivas de luta deve ser um produto da organização política na defesa dos direitos violados historicamente de negras e de negros. Este é um desafio político fundamental para a militância negra e de todos os movimentos sociais que lutam pela emancipação humana.