A manifestação contra o “pacotaço” e o acesso à informação

Nesta semana, no Paraná, mais uma vez pudemos constatar que falta muito para a democratização das informações na grande mídia. Perguntamos: quem teve acesso à informação sobre todas as nuances que envolvem os projeto de lei enviados pelo Governador à Assembleia Legislativa? Quantos souberam o que significa o “Pacotaço”, por ora suspenso? Quantos paranaenses ausentes das manifestações souberam que foi um movimento pacífico, organizado, com participação ativa de servidores públicos e apoiadores? Quantas pessoas ouviram o grito dos/as alunos adolescentes do Colégio Estadual do Paraná, brandando palavras de ordem como “o professor é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”? Quantos paranaenses sabem que o mesmo governo que reclama da falta de recursos gastou somente em publicidade 240 milhões em propaganda em 2013, segundo o Tribunal de Contas do Estado? Quantas pessoas estão repetindo a ocupação de Assembleia legislativa foi orquestrada por baderneiros infiltrados, conforme única entrevista do Governador, e esta sim, divulgada em âmbito nacional? Grande parte da mídia chamou a ocupação de ‘invasão’, desqualificando o significado das ações de quem se organiza e protesta justa e legitimamente pelos direitos conquistados.

Segundo Yasbek (2014), um aspecto de nosso trabalho é apoiar as resistências cotidianas das classes subalternas em nossa sociedade.

Em diferentes situações precisamos expressar que caminhamos profissionalmente junto aos nossos usuários, “sem deixar de lado os que vão mais devagar”, levando em conta o papel estratégico da comunicação e da informação para mostrar que não se está só na luta. Nesse âmbito evidencia-se a relevância da dimensão cultural e política do exercício da profissão. (Yasbek, Serviço social e Sociedade nº 120, p.687)

A ameaça saiu momentaneamente da pauta, mas as escolas continuam com corte de professores, sem contra turno, os serviços de saúde estão desabastecidos, servidores sem salário ou outros benefícios e sob risco de verem suas aposentadorias dilapidadas.

Cabe mais uma reflexão: nós, assistentes sociais, estamos discutindo sobre esta situação e sobre o exemplo de mobilização e cidadania que estamos vivendo? Discutimos entre nós, como categoria, nos locais de trabalho com outros colegas, e junto ao junto com o qual trabalhamos? E se estamos, qual a nossa fonte de informação e como nos posicionamos?

Vamos fazer valer, a democratização da comunicação dever estar presente no cotidiano e na pauta de lutas dos/as assistentes sociais.

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