Movimentos Sociais realizaram ato exigindo direitos para mulheres

DSC_2732Centenas de pessoas estiveram no ato que iniciou na Boca Maldita e seguiu a Praça Garibaldi em Curitiba na última sexta-feira, 8 de março. A data que marca o Dia Internacional da Mulher foi lembrada pelos movimentos sociais como uma oportunidade de fortalecer a luta e exigir uma vida sem violência.

“Estamos aqui não para comemorar, mas para trazer à tona a pauta da violência contra a mulher”, comentou a vereadora de Curitiba, Professora Josete, lembrando do lema feminista “seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”. Entre as primeiras manifestações deste dia, esteve um ato que lembrou nove casos de mulheres que foram vítimas de violência sexual. No texto do ato foi citado: “sofremos a violência nas diversas formas. Além da violência física, psicológica, sexual, entre outras, somos vítimas do descaso, ainda com a falta de políticas, falta de um abrigo especializado”. Um dos casos lembrados no ato foi o da enfermeira de Curitiba que em novembro de 2012 foi agredida e estuprada a pedido do ex-marido.

O ato seguiu em marcha pela Rua XV de novembro, contando com falas e representações de movimentos feministas e estudantis, realizando representações da violência, do descaso, da falta de respeito. Entre as principais reivindicações dos movimentos sociais esteve a exigência de melhorias urgentes para atender as mulheres vitimas de violência. A presidenta da CUT-PR Regina Cruz lembrou que Curitiba só tem uma casa abrigo e que a Secretaria Municipal Extraordinária da Mulher será cobrada para efetivar políticas como esta. Em frente à catedral de Curitiba foi reforçada a necessidade de legalizar o aborto, enfatizando que trata-se de questão de saúde e segurança e que é um direito da mulher.

Entre os motivos que levaram a marcar o Dia da Mulher pela luta contra a violência está o alto índice de violência em que as mulheres do Brasil estão acometidas. Segundo dados da Comissão Parlamentar de Inquérito o Brasil é o 12º país com maior taxa de homicídios femininos e o Paraná ocupa a 3º posição no número de assassinatos de mulheres e Curitiba é a 4ª Capital em homicídios de mulheres.

DSC_2674O CRESS/PR fez parte da organização do ato, somando assim este ato à campanha do conjunto CFESS-CRESS “Sem Movimento Não há Liberdade”, pela qual são divulgados à sociedade as graves violações de direitos, com a proposta de fortalecer a atuação em defesa destes direitos. O conjunto CFESS/CRESS tem avançado no debate de gênero, no campo dos direitos humanos e tem se somado a todas as lutas por emancipação, tanto das mulheres, na defesa dos seus direitos, da autonomia sobre o seu próprio corpo, direitos sexuais e reprodutivos, bem como, da classe trabalhadora em geral. Entende-se que precisamos avançar também no debate das questões mais amplas que mantém e reproduzem o capitalismo, lutando e combatendo o patriarcalismo, o machismo estrutural.

Os movimento sociais de luta feminista e das mulheres e demais movimentos emancipacionistas, que almejam uma nova ordem societária, tem no CRESS/PR um parceiro e um aliado.

Confira aqui as fotos