Audiência pública no Paraná aponta desigualdade de renda entre homens brancos e mulheres negras


consciencia negra

Dia 20 de novembro foi celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra e em Curitiba aconteceu  uma Audiência Pública com o intuito de discutir as condições da mulher negra no mercado de trabalho. O tema é de fundamental importância para a categoria de Assistentes Sociais, pelo entendimento do conjunto CFESS/CRESS de que o/a profissional deve estar inserido/a na luta por uma sociedade mais igualitária, justa e na defesa de direitos.

Na audiência foram apontados problemas como a desigualdade de renda. Principalmente quando se compara a renda da mulher negra com a do homem branco, diferença chega a 40%. Dados apresentados pela representante do DIEESE, Lenina Formaggi da Silva, mostram que, na capital, das 20 maiores ocupações que concentram 50% dos postos de trabalho, 70% são ocupados por mulheres negras. Isto mostra que não sobra ocupação fora dessas 20 principais.

Lenina apontou que há 1,2 milhão de mulheres negras no Paraná e que está caindo a diferença entre a taxa de desemprego com a do homem branco. Em 2010 cerca 3 % destes estavam desempregados, enquanto 9% das mulheres negras estavam na mesma condição. Porém ainda é necessário fornecer condições e desenvolver oportunidades.

A deputada Luciana Rafagnim destacou a dificuldade que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho, sobretudo quando são negras. “A discriminação contra a mulher negra é muito maior. Mas são ações como esta que vão diminuir o preconceito. Ainda há que discutir a violência física contra a mulher”, lembrou a deputada. Já o deputado Professor Lemos lembrou que um projeto de lei que colocava o dia 20 de novembro como feriado no Paraná foi rejeitado na Assembleia Legislativa. “Já é assim em cerca de 650 cidades e oito estados”, listou.

Faz parte do projeto ético político do Assistente Social estar inserido nesses debates para fortalecer as lutas populares, em busca da liberdade do indivíduo e de diferentes setores sociais. Com isto, deve-se promover a emancipação dos sujeitos e permanecer constantemente na defesa dos direitos humanos.

O CFESS também se manifestou no dia 20 de novembro, divulgando carta para este dia instigando a categoria com o slogan “Com racismo não há liberdade” (clique aqui para ler).

*Com informações retiradas da CUT/PR e do CFESS Manifesta 2011