Confira como foi o primeiro dia do V CPAS

DSC_1415Com mais de 600 pessoas no auditório teve início às 18 horas do dia 11 de outubro de 2012 o V Congresso Paranaense de Assistentes Sociais, em Foz do Iguaçu. A mesa de abertura contou com a participação da presidenta do CRESS-PR, M. Izabel Scheidt Pires, da coordenadora do NUCRESS de Foz do Iguaçu, Roseane Cleide de Souza, de Ana Maria Calixto pela ABEPSS, de Wanderson Fagundes pela ENESSO, Gabriele Babiuk da União Brasileira de Mulheres e de Esther de Souza Lemos, representante do CFESS.

DSC_1438“Estou emocionada por abrir este quinto congresso paranaense aqui em Foz do Iguaçu, pois existe o desafio de trazer um evento deste porte para o interior por questões de recursos, mas temos a proposta de ser fiéis à ideia de interiorização e contamos como esforço da equipe e o apoio dos parceiros”, comentou a presidenta do CRESS/PR. Ela ressaltou também que este congresso bateu o recorde de inscrições de trabalhos para apresentação. Para abrir o Congresso, M. Izabel comentou: “Teremos nestes quatro próximos dias tempo para tratar das questões mais emergentes quem vem se colocando na ordem do dia da profissão”.

A conferência de abertura contou com Dr. Marcelo Braz dos Reis, da UFRJ e da MSC Jucimeri Isolda Silveira, da PUCPR, sobre as lutas e tensões nas conquistas de direitos dos assistentes sociais, como 30 horas, piso salarial e condições de trabalho.

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Dr. Marcelo apresentou um panorama sobre as últimas décadas, como forma de contextualizar o ambiente em que atuam os/as profissionais do Serviço Social. Ele comentou que devem se analisar dois fenômenos: a precarização das relações de trabalho a partir dos anos 90 e a ampliação dos espaços socioocupacionais do/a assistente social. Para o palestrante, dos anos 90 para cá “nós tivemos algumas derrotas do ponto de vista coletivo, a exemplo do que aconteceu com sindicatos e partidos”. Além deste panorama, apresentou também que existe uma grande desigualdade social, comprovada por diversas estatísticas: “42% do PIB nacional está nas mãos de 5 mil famílias, o que representa 0,01% da população do Brasil”.

Com este panorama apresentado, o palestrante comentou que os/as assistentes sociais assumiram o paradoxo de neste contexto de hegemonia do capital se tornarem referencia contraria ao neoliberalismo e a favor da expansão de direitos. “Nós já vencemos algumas lutas, como a recente vitória da economia do trabalho sobre a economia do capital, que é a redução da jornada de trabalho sem redução salarial”, comentou, referindo-se à conquista da jornada de 30 horas, que segundo ele, ainda temos batalhas a vencer, mas já é uma conquista.

DSC_1474Na sequencia Jucimeri aproveitou o teor da fala de Marcelo para dar um parecer sobre a função do/a Assistente Social na expansão dos direitos sociais. “O direito não é um fim, é um campo de mediações e o principal é a própria travessia”, explicando que direito não deve ser visto como uma outorga e sim como um processo que deve ser expandido e como um processo de emancipação política. Jucimeri ressaltou a importância do projeto ético politico da categoria, citando que “foi nossa organização política que possibilitou uma conquista referente à jornada de trabalho que inclusive abre oportunidades para outras profissões lutarem também”. Ao ressaltar as conquistas da categoria, Jucimere afirma que “temos valores emancipatórios e estes valores estão presentes em nosso cotidiano, sendo assim, precisamos fortalecer e superar as resistências de força conservadora”. Para ela existem possibilidades de estratégias para este fortalecimento, como a articulação política para ampliar as garantias de direitos e também a possibilidade de produzir estudos que divulguem e valorizem o projeto ético e político do Serviço Social, “projetando assim valores e uma cultura emancipatória”.

O primeiro dia do V CPAS encerrou-se com uma confraternização.