População de Rua promoveu ato exigindo mais Políticas Públicas

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O Movimento Nacional da População de Rua promoveu no dia 17 de agosto, nas ruínas de São Francisco em Curitiba, o ato em celebração ao Dia Nacional de Luta da População de Rua. Neste ano o ato teve como slogan: “O que mata em Curitiba não é o frio, nem a violência, mas sim a falta de políticas públicas”.

Atrair a atenção da sociedade, bem como das autoridades foi um dos objetivos do protesto. A população que está em situação de rua vem sofrendo diariamente com a falta de políticas apropriadas para uma vida digna. A violência e o descaso têm sido os principais problemas apontados pelo movimento. “Muitas pessoas em situação de rua foram queimadas, esfaqueadas, assassinadas e as autoridades não se preocupam em solucionar os casos” afirmou Edson Luiz de Souza, uma das lideranças do movimento. Souza comenta ainda que há, principalmente pela guarda municipal, muito preconceito e a realização de revistas vexatórias. Ele afirma que o movimento não busca melhorar a situação desta população. “Nós queremos políticas públicas para tirar as pessoas da rua. Estes governos que estão ai, infelizmente não tem esta clareza” conclui o morador.

DSC_1187Segundo Leonildo Monteiro, outra liderança do movimento, é preciso um treinamento para aqueles que lidam com a população em situação de rua. “Falta muita capacitação, principalmente para os agentes públicos. Eles precisam conhecer a situação de quem está na rua, conhecê-lo, saber seu histórico, antes de agirem” comenta Leonildo. Ele classifica ainda dois tipos principais de violência sofridas pelos moradores, que são a falta de acesso aos espaços públicos bem como as agressões físicas por parte da força pública e grupos que comentem crimes de ódio, como os skinheads. “A população que está nas ruas precisa ser tratada pela sociedade, bem como pela segurança pública, com respeito e dignidade”, diz Monteiro.

O CRESS/PR tem apoiado esta causa, participando de Grupo de Trabalho pela Inclusão da População em Situação de Rua. No ato de sexta-feira o CRESS/PR teve como representante a conselheira Renária Moura, que ressaltou a importância do apoio dos/as Assistentes Sociais. “A categoria tem o compromisso de estar inserida nestes espaços de luta, fazendo esta defesa dos direitos, sobretudo dos grupos mais vulneráveis, como é o caso da população em situação de rua” afirmou Renária. A conselheira disse ainda que o movimento tem ganhado visibilidade, conseguindo sensibilizar diferentes setores e conquistando uma das suas principais pautas: “No Paraná estamos num momento muito favorável, conseguimos realizar a 1ª audiência pública e conquistamos o prometido centro de defesa, que vai abrir bastantes possibilidades para se pensar e efetivar políticas públicas”.

A movimentação aconteceu pela manhã, tendo a presença de pessoas em situação de rua, representante da Secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU),  da Toca de Assis, do Povo de Rua, Coletivo da Luta Antimanicomial, Movimento Passe Livre e estudante de Serviço Social. O local escolhido para a manifestação foi as ruínas do São Francisco, em frente a um imóvel do governo estadual que após a audiência pública sobre pessoas em situação de rua a Secretaria de Justiça do Paraná prometeu transformar em um centro de defesa dos direitos humanos, para atender à população em situação de rua e os catadores de materiais recicláveis. Ainda não há data para o a inauguração do Núcleo do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação e Rua e Catadores de Material Recíclável.

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