CRESS/PR participa do II Encontro de Psicólogos que atuam no SUAS no Paraná

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Foto: CRP-PR

O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) realizou, na última sexta feira (29/06) a tarde, o II Encontro de Psicólogos que atuam no SUAS no Paraná. O evento teve como objetivo articular o conhecimento prático e teórico, para que se construa um referencial de trabalho que auxilie com a realidade dos/as profissionais do Paraná. A conselheira do CRESS/PR Daraci Rosa dos Santos juntamente com a Psicóloga e membro do CRP-PR, Ângela Sanson Zewe, apresentaram sobre questões éticas, interdisciplinaridade, especificidade de trabalho, atribuições de funções, limites da profissão, entre outros pontos durante o encontro.

A discussão iniciou com a psicóloga e orientadora fiscal do CRP-PR Ângela Sanson Zewe que apresentou pontos do código de ética da categoria, como também parte do relatório feito pelo CRPP, CRESS e outras entidades a respeito ação conjunta que fizeram aos equipamentos do SUAS em Curitiba. “Nós tivemos uma ação bastante significativa em 2011 através de uma amostragem em visita ao Sistema Único de Assistência Social e a partir disto, elaboramos um documento mostrando pontos de adequações éticas e técnicas que poderiam melhorar a condição dos profissionais” comentou Ângela.

Em seguida a conselheira Daraci Rosa começou sua fala comentando sobre a importância em estabelecer vínculos entre os/as assistentes sociais e psicólogos/as para fortalecer o SUAS. “Precisamos construir aqui no Paraná um movimento que agregue todas as categorias envolvidas para discutir elementos que precisam pautar nosso trabalho cotidiano no SUAS” comentou a conselheira. A assistente social tratou também das atribuições históricas e atuais do/a profissional de Serviço Social, bem como dos problemas enfrentados no dia a dia pelos/as trabalhadores/as do SUAS. “Faltam espaços para ler, estudar e promover discussões, entre diversas outras condições de trabalho” afirmou a conselheira. Daraci lembrou que um dos principais desafios enfrentados hoje por profissionais que atuam na assistência são as requisições realizadas pelos poderes judiciário e Ministério Público. “Já aconteceu de juiz pedir para assistentes sociais da assistência  emitirem parecer sobre despejo por falta de pagamento de aluguel, por exemplo, sendo que isto poderia ser realizado pelo/a profissional de Serviço Social do próprio setor. Também expressou questões de ingerência e sobreposição de poderes (Judiciário e/ou Ministério Público sobre o Executivo), cuja natureza e objetivos são diversos, apontando problemas administrativos, éticos e técnicos, quando do deslocamento de um/a profissional da assistência social para atender demanda alheia à qual foi contratado/a. Acabamos deixando de atender nossa demanda do SUAS, de forma qualificada, para atender a problemas oriundos do setor jurídico” comentou Daraci.

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Foto: CRP-PR

A conselheira do CRESS também apontou alguns elementos necessários à construção do trabalho coletivo no interior dos equipamentos da Assistência Social, entre os quais, destaca-se:  ter clareza sobre a natureza e os objetivos de sua própria profissão, assim como, os institucionais, além dos das demais categorias que compõem o SUAS; a necessidade de superar o pragmatismo e as práticas individualistas; a necessidade da organização política dos/as profissionais que atuam no SUAS, apontando aos/às gestores/as suas necessidades; necessidade de respeitar os códigos de ética das profissões, assim como os princípios éticos para os/as trabalhadores/as do SUAS. Também enfatizou acerca das atribuições privativas dos/as Assistentes Sociais, bem como, suas competências históricas, tais como, a elaboração de parecer socioeconômico que tem se constituído praticamente num “estatuto da profissão, já que, quando se pensa em questão socioeconômica, imediatamente remete-se ao profissional de Serviço Social. Este, necessariamente, precisa sair da faculdade sabendo elaborar um parecer, que tem por objetivo assegurar direitos.”

Após colocados os pontos em discussão, foi aberto aos/às presentes no local e pela internet para tirarem dúvidas e sugestões. O encontro foi um espaço de troca de experiências entre psicólogos/as que estão atuando no SUAS para debaterem sobre sua atuação.

Como indicativo para ambos os conselhos foi proposto pela Conselheira Daraci Rosa a realização de um evento conjunto, em formato de seminário, para aprofundar o debate acerca das atribuições e competências destes/as profissionais, o trabalho interdisciplinar e intersetorial.