Durante os dias 12 e 13 de abril profissionais que atuam na supervisão de estágio acadêmica e de campo, coordenadores de curso de serviço social e de estágio, docentes da disciplina de ética e estudantes de todo o Paraná estiveram reunidos em Curitiba para debater a ética e o estágio supervisionado no processo de formação profissional do Assistente Social. Estiveram presentes representantes de mais de 15 instituições de ensino para a discussão das temáticas.
Palestras
No primeiro dia, pela manhã, foi realizada uma palestra com a Dra. Yolanda Guerra, a qual fez um panorama sobre os avanços e desafios da questão do estágio em Serviço Social. Destacou o reconhecimento a alguns avanços como a Política Nacional de Estágio, as diretrizes da categoria, como a resolução 533/08 e o próprio acumulo que o Serviço Social tem sobre o estágio supervisionado. “Temos um grande acumulo de conhecimentos, pois consideramos a natureza do estágio vinculada à atuação profissional, entendendo que é um campo do exercício da categoria e compreendendo que é sempre supervisionado”, comentou a Dra Yolanda. Lembrou também que o estágio é um espaço para o futuro profissional desenvolver sua visão crítica com relação à sociedade e ao seu trabalho.
A palestrante entende a supervisão do estágio como um espaço voltado para a formação e que tem pressupostos básicos, entre eles: “A indissociabilidade da formação e do trabalho, a unidade entre teoria e prática e o estágio como mediação entre ensino e aprendizagem”.
No dia 13 pela manhã o a temática discutida foi o ensino da ética na formação profissional em Serviço Social, apresentado pela Dra. Cristina Maria Brites. Ela esclareceu que “não há como desvincular a existência ética do estágio”. A palestrante explicou que a ética pressupõe uma reflexão crítica, que determina valores e que ao realizar o estágio o/a estudante busca o entendimento na realidade dos princípios e valores que são a base teórica da categoria dos/as assistentes sociais. “Esta reflexão não se esgota no estágio, pois o exercício profissional é continuamente desafiado a isso. É uma formação contínua”, afirma Cristina. Ela ressaltou a importância do evento, destacando que “o encontro reuniu os sujeitos que precisam sempre se apropriar dos conceitos e também compartilhar as experiências no sentido de problematizar os desafios, criando a possibilidade de enfrentamento coletivo”, disse, referindo-se aos/às supervisores/as de estágio e estudantes.
Oficinas
Nos dois dias do Encontro aconteceram oficinas no período da tarde. Na quinta-feira a discussão se deu em torno do novo sistema de credenciamento do campo de estágio que em breve passará a ser online. “Cada unidade de ensino passará a ter uma senha para poder registrar seus dados, o que também vai permitir ao CRESS/PR manter um padrão de agilidade na devolução das informações para própria unidade de ensino e para a categoria que tem demandado muito acerca destas questões” , comentou o vice presidente do CRESS/PR, Elias de Sousa Oliveira. Foram debatidas, no mesmo período, questões a respeito do estágio obrigatório e não obrigatório, o que gerou muitas dúvidas na forma de atuação e fiscalização baseado no projeto ético político do profissional e nas legislações a respeito do estágio.
A coordenadora do curso de Serviço Social da UNIBRASIL, Raquel Barcellos, que participou do Seminário, comentou sobre a temática debatida no período da tarde. “Achei bastante interessante o debate, e acredito que deveriam ter mais desdobramentos para que a gente possa amadurecer algumas ideias que foram colocadas” afirmou Raquel. Também esteve presente a professora e supervisora pedagógica da UNIBRASIL Fernanda Camargo. “O debate irá agregar não somente na minha atuação como supervisora pedagógica, mas também como supervisora de campo onde atuo no tribunal de justiça. Vamos levar para nosso campo de atuação muitas demandas para discutir e amadurecer”, afirmou Fernanda.
Na sexta-feira o período da tarde teve a apresentação dos resultados parciais de uma pesquisa realizada pela comissão permanente de ética do CRESS/PR. “Foram analisados dados desde 1999 até 2009 sobre os processos éticos, que já foram julgados sobre os quais já se tem decisão. Com isso, podemos discutir o que podemos fortalecer nesta relação entre formação e exercício profissional. Nós estamos identificando problemas que refletem diretamente no ensino da ética” comentou Elias.
Josiméia Aparecida Ferreira é coordenadora do curso de Serviço Social na FANPA (Faculdade do Noroeste Paranaense) e avaliou positivamente o seminário. “Foi super produtivo, oportunizou para vários profissionais que estão vinculados à coordenação de cursos e estágios e disciplina de ética, uma oportunidade de discutir questões que nem sempre podemos debater no dia a dia. Achei que foi muito importante este encontro, vou levar bastante informação, ampliando a discussão para alunos, professores, supervisores de campo. Saio daqui bastante satisfeita” afirmou Josiméia.