Confira os pontos debatidos no Encontro Estadual de Serviço Social na Educação do Paraná

O evento que ocorreu no último dia 30 foi um espaço de troca de experiências e aprendizagens. Especialistas, profissionais e estudantes debateram o tema no decorrer do dia.

O 1º Encontro Estadual de Serviço Social na Educação do Paraná, realizado pelo CRESS/PR no último dia 30 de maio foi um evento de grande importância para categoria, pois levantou um debate que há anos se pretendia realizar. A participação de representantes de todo o Paraná foi um dos destaques do Encontro: estiveram presente durante o evento representantes, além de Curitiba, dos municípios de Cascavel, Laranjeiras do Sul, Campo Largo, Francisco Beltrão e Campo Mourão.

Na mesa de abertura do evento a presidente do CRESS/PR Maria Izabel Scheidt Pires criticou a visão que muitas pessoas têm sobre os/as Assistentes Sociais. “Em muitas áreas o Serviço Social é visto como supérfluo. Por isso é preciso o debate e adesão máxima da categoria, para que consigamos intervir no espaço educacional” afirma Maria Izabel.

Juntamente à presidente estava o Conselho do CRESS/PR. O conselheiro Kleber Rodrigo Durat que faz parte do grupo de trabalho que debate o Serviço Social na Educação comentou: “precisamos nos apropriar dos direitos que nossa profissão defende e levar isso neste campo tão importante que é a Educação”. Abrindo o Encontro também esteve a Assistente Social Graziele Dalbão, membro da Câmara Temática de Serviço Social na Educação do CRESS/PR, que lembrou da importância da inserção do Serviço Social no setor educacional e da apropriação dos códigos da política educacional e do empoderamento da categoria neste setor.

A palestra da doutora Ilda Lopes apresentou sua pesquisa, que abordou a inserção do Serviço Social na Escola. Mostrou que há grande atuação da categoria na área, levantando que em 75% dos Estados brasileiros existe a atuação do/a assistente social nas escolas. Porém ainda é muito desconhecida a real função do/a assistente social por diferentes profissionais que atuam na educação. “Para o pedagogo, por exemplo, o assistente social cuida apenas da permanência da criança na escola. Ele geralmente vê a atuação deste profissional como assistencialista, quando na verdade tem uma atuação política e social muito maior que isso” explicou Ilda.

Wagner Roberto do Amaral apontou perspectivas históricas da educação em nosso país. “As escolas sempre fizeram parte da agenda neoliberal no Brasil, o que significa que por muito tempo não se tratou a Educação como um direito humano” comenta Amaral. Lembra também que a Educação não era debatida com a sociedade civil. “Em 2010, pela primeira vez na história foi realizada uma conferência no campo educacional, com a elaboração do PNE (Plano Nacional de Educação)” afirma. Em sua fala, Amaral contextualizou que é fundamental que o/a assistente social busque o diálogo com os diferentes profissionais da escola, esclarecendo que o seu papel é de “compreender os sujeitos, os conceitos e as linguagens que constituem a gestão das políticas escolares”.

No período da tarde se concentraram as discussões que serão levadas ao Encontro Nacional, em Junho. Os/as participantes se dividiram em Grupos de Trabalho para aprofundar assuntos específicos relacionados ao Serviço Social na Educação.

O Grupo 01, que teve como oficineiras as conselheiras do CRESS/PR Daraci Rosa dos Santos e Neiva Maria Liesenfeld, trabalhou em cima da concepção de educação que norteia o trabalho do/a assistente social de acordo com o Projeto Ético Político e Profissional.

O Grupo 02 teve como oficineiras Graziele Dalbão e Ilda Lopes e debateu as atribuições e competências do/a assistente social e a intervenção profissional contemplando a garantia de acesso da população à educação formal e não formal e a garantia da permanência da população nas instituições educacionais e naquelas vinculadas à Educação não formal.

O Grupo 03 contou como oficineiros/as o conselheiro Kleber e a conselheira Neiva Silva, discutindo sobre a  garantia da qualidade dos serviços prestados no sistema educacional e a garantia da gestão democrática e participativa da população no campo educacional.

A Assistente Social Claúdia Neves da Silva, professora na UEL e que atua em um projeto de extensão na Educação, participou do Encontro e comentou que “os debates foram pertinentes e irão agregar bastante na vida profissional de todos que estiveram aqui” afirma Claúdia. Outra participante, a Assistente Social Edvania Silva de Moraes ressaltou a importância da participação da categoria: “Foi um excelente espaço para troca de experiência. Nós temos que intervir, participar e nos apropriar mais desta temática”, completou Edvania.

O conselheiro Kleber Rodrigo Durat comentou que a proposta do Encontro era justamente fortalecer a categoria no sentido de apropriação das políticas de educação, e principalmente levantar experiências do Paraná que serão utilizadas para embasar a construção de políticas. “Com estas experiências vamos fortalecer ainda mais a luta pela aprovação do projeto de Lei que vai regulamentar as atribuições de Assistentes Sociais nas Escolas”, comenta o conselheiro, referindo-se ao projeto de Lei 060/2007.

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Assistentes Sociais do Paraná se reuniram para debater como deve ser atuação da categoria na área da Educação