Aprovado no Senado, Projeto de Lei do Suas vai para sanção da presidente Dilma

Os senadores aprovaram na noite desta quarta-feira (08), em votação simbólica, o Projeto de Lei que institui o Sistema Único de Assistência Social (Suas). De autoria do Executivo, a proposta passou por várias comissões e pelos plenários da Câmara e do Senado. “O fortalecimento da política e da rede de assistência social é essencial para o sucesso do Plano Brasil sem Miséria”, destaca a ministra do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

“O Senado, e o conjunto do parlamento, deu um passo importante para a construção de um País mais justo ao aprovar o Projeto de Lei que institui o Suas. O fortalecimento da política e da rede de Assistência social é essencial para o sucesso do Plano Brasil sem Miséria. A população extremamente pobre apresenta inúmeras vulnerabilidades e são os profissionais da assistência social que auxiliam e acompanham essa população mais de perto”, destaca Tereza Campello.

De acordo com o projeto, o País passará a contar com formato de prestação de assistência social descentralizado e com gestão compartilhada entre governo federal, estados e municípios, com participação de seus respectivos conselhos de assistência social e ainda das entidades e organizações sociais públicas e privadas que prestam serviços nessa área. A secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) , Denise Colin, avalia que a aprovação no Legislativo é o reconhecimento de que “a assistência social é uma política de Estado”.

A coordenação nacional do sistema será feita pelo MDS. O financiamento das ações será repartido entre os três níveis de governo, conforme previsto na proposta. O projeto, aprovado na Câmara dos Deputados no fim de 2010, altera a Lei 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social – Loas). “O Brasil aprovou o maior sistema de proteção social não contributivo do mundo”, comemora Simone Albuquerque, diretora do Suas da Secretaria de Assistência Social do Ministério.

No Senado, o projeto foi relatado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). Na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), teve a relatoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), pela senadora Ana Rita (PT-ES). Ela, que é assistente social, saudou a aprovação da matéria. “O texto estabelece responsabilidade e ordena a atuação dos órgãos executores da política que atendimento às populações mais vulneráveis. Os municípios, os estados e a União terão a responsabilidade de confinanciar a política de assistência social. Os conselhos de assistência social de todos os níveis serão mantidos pelo Poder Executivo, por intermédio de suas respectivas secretarias, em cada município”, disse Ana Rita, apontando a importância do suporte do poder público para o pleno funcionamento dos conselhos.

O objetivo do Suas é garantir proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice. Quanto ao formato da assistência, o projeto se inspira no modelo que vigora na saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento e organização dos serviços em bases regionais (abrangência municipal, estadual ou regional). Esta é uma modelagem defendida por organizações sociais e profissionais do campo da assistência social. O projeto institucionaliza ainda a exigência de controle social, monitoramento e também a avaliação das políticas da assistência social.

Repercussão

O presidente do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas), Sérgio Wanderly Silva, acredita que a aprovação do projeto é a consagração de uma longa caminhada. “O que era de fato agora passa a ser direito”, explica. Apesar das dificuldades que a classe ainda enfrenta pelo pouco conhecimento da população sobre o tema, o presidente do Congemas acredita que estão no caminho certo. “É uma garantia da certeza do que estamos fazendo. A aprovação nos cria uma série de oportunidades de promover e discutir a política de assistência social de uma maneira bem mais ampla”, declara.

A secretária Extraordinária da Frente Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Oliveira, acredita que a aprovação do PL SUAS é mais do que uma vitória, mas um marco legal no país. “Agora ficaremos na expectativa que o SUAS seja implantado em sua totalidade, promovendo através dos Cras e Creas o atendimento adequado de assistência social a todas a famílias”, defende.

A Senadora Lídice da Mata (PSB/BA) acredita que é o resultado de um debate de muitos anos. “A partir da sanção da presidenta Dilma, teremos uma lei que cria um sistema de organização do estado brasileiro para defender e dar assistência a população vulnerável de todo o país”, comenta.

Conheça a íntegra do PL SUAS, aprovado pelo senado federal em 8 de junho de 2011, projeto de lei que regulamenta o Sistema Único de Assistência Social

Com informações da Ascom/MDS e Agência Senado