Lúcia Cortes da Costa abre evento comemorativo do dia do (a) Assistente Social

A abertura do evento de comemoração do dia do (a) Assistente Social contou com a presença de Lúcia Cortes da Costa, docente do curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e doutora pela PUC/SP em Serviço Social.

Lúcia discorreu sobre o tema eixo da comemoração de 2010, “Fortalecer as lutas sociais para romper com a desigualdade”, relembrando a trajetória política e econômica do país, e a luta conjunta do Serviço Social pela democracia e fim da desigualdade. “O Serviço Social participou da luta pela democracia no Brasil”, relembrou a docente.

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Lúcia Cortes: “O Serviço Social participou da luta pela democracia no Brasil”

Para Lúcia, um dos maiores desafios da categoria profissional é aprofundar o debate sobre cidadania, direitos e intervenção profissional na sociedade atual; o trabalho profissional e seus espaços ocupacionais. A docente afirmou ainda a importância da formação de Assistentes Sociais em cursos presenciais, nos aspectos teórico, técnico e ético-político da formação profissional. “A nossa área de atuação precisa de vínculos”, destacou Lúcia.

Como aprofundamento do tema de 2010, Lúcia discorreu sobre o conceito de desigualdade, mostrando as contradições entre a igualdade formal e a desigualdade material. “A sociedade pressupõe a existência da desigualdade, mas nós lutamos contra aquela que não permite o desenvolvimento da autonomia da pessoa, porque cerceia o acesso a bens e a cultura”, afirmou Lúcia.

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Lúcia ao lado do conselheiro Elias Souza. “A nossa profissão é corajosa, ela põe o dedo na ferida, pois nós convivemos com os segmentos mais fragilizados”

De acordo com a docente, o problema da desigualdade não reside no Estado, e sim nas relações sociais, e na incapacidade da sociedade de gerar temas políticos. E a consequência disso é grave, afirma Lúcia: “uma sociedade cravada pela desigualdade não é segura”. A docente ainda criticou atitudes conservadoras no Serviço Social. “A modernização conservadora não altera as desigualdades estruturais de concentração de renda e riqueza”.

Lúcia ressaltou a insistência audaz do Serviço Social, de duvidar da eternidade do presente. “A nossa profissão é corajosa, ela põe o dedo na ferida, pois nós convivemos com os segmentos mais fragilizados”, relembrou. A perspectiva para superação, segundo Lúcia, é as medidas econômicas estarem subordinadas aos interesses sociais. Mas para isso, ela afirma: “precisamos politizar o tema da pobreza, ela ainda não é visível politicamente”.